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Archive for the ‘Guerra’ Category

Há quase dois meses escrevi um post intitulado “Porque o Nobel para Obama é um crime contra a humanidade” e, agora, vejo que estava mais do que certo. O Nobel nada mais foi que uma carta branca, um voto de confiança em quem não se pode/deve confiar. Estamos falando, afinal, de um presidente dos EUA, e o que se espera deles?

Guerra.

Obama anunciou dia primeiro de dezembro que enviará mais 30 mil soldados americanos ao Afeganistão, e ainda conquistou com seu sorriso o apóio da OTAN, da Itália e de outros países para que também enfiem mais jovens para a morte.

E a ONU? Bem, como é o costume da organização, endossou a vontade dos EUA e, como é mais ainda de costume aos seus secretários-gerais, elogiaram e quase agradeceram ao mandatário Yankee pelo grande favor de manter suas tropas pelo menos até 2011 no país.

São mais 30 mil soldados indo para o inferno, “pacificar” um país estrangeiro ao mesmo tempo em que sustentam um governo-farsa colocado lá por uma fraude eleitoral monumental e tentam conquistar corações e mentes afegãs. Se não conseguirem vai na base da bala mesmo. Não aprenderam a lição com a URSS. Se bem que os Yankees ainda acreditam que foram eles que derrotaram a URSS e não as contradições internas da própria…

Vietnã nunca foi tão atual!

A retirada, sempre debatida mas nunca real, ficou para julho de 2011…. o começo da retirada, que fique claro.

Eis o nosso prêmio Nobel da… PAZ!?

Mas calma, fica pior.

O Resistir.info nos traz interessante nota:

O NOBEL DA PAZ OBAMA QUER MINAS TERRESTRES O sr. Barack Obama, galardoado com o Prémio Nobel da Paz, decidiu não subscrever uma convenção internacional que proibe minas terrestres. Mais de 150 países concordaram com as cláusulas desta convenção. Tribunal Iraque As eleições farsa promovidas a 29 de Novembro pelos golpistas de Tegucigalpa & Washington tiveram uma resposta à altura do povo hondurenho: 70 por cento de abstenções. O povo recusou-se a participar da farsa montada pela oligarquia hondurenha e orquestrada/financiada pelo agente da CIA Simon Henshaw, o segundo homem da Embaixada dos EUA. Os hondurenhos atenderam assim ao apelo da Resistência e do presidente Manuel Zelaya em favor do boicote maciço.

Dispensa comentários, não?

Vamos apenas alencar alguns fatos curiosos:

Embargo sobre Cuba? Mantido.

Guerra no Afeganistão? Mantida e com direito a mais tropas.

Guantanamo? Aberta e funcional.

Honduras? Vão reconhecer o golpe e endossar o regime-fake.

Israel e Palestina? Todo poder à Israel!

Guerras? Sempre que possível! E agora com mais minas terrestres ainda! Quando a guerra acabar que a população local se vire sem um membro ou dois…

Este é o “nosso” Nobel da Paz.
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Obama, ao receber o prêmio Nobel, esta semana declarou:

“- Os Estados Unidos nunca declaram guerra a uma democracia, os nossos amigos mais próximos são governos que protegem os direitos de seus cidadãos – disse Obama.”

Mentira. Sem querer defender Slobodan Milosevic, sejamos sensatos, a Sérvia era uma democracia quando foi bombardeada pelos… EUA! Certos ou errados – não tinham aval da ONU – atacaram uma democracia.

Além disso o Iraque já foi um amigo muito próximo antes da Guerra do Golfo. E foi atacado.

– O objetivo não é ganhar um concurso de popularidade nem ganhar um prêmio, mesmo um prêmio tão prestigioso quanto o Nobel da Paz. O objetivo sempre foi avançar nos interesses dos Estados Unidos – afirmou Obama durante a entrevista, quando perguntado sobre a polêmica em torno de sua premiação.

Disso todos sabem, só interessam os interesses dos EUA e o mundo? Que se exploda. Literalmente.
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Fidel Castro, sempre lúcido, corrobora com minha análise:

“”Por que Obama aceitou o Nobel quando já tinha decidido levar a guerra no Afeganistão até as últimas consequências? Não estava obrigado a um ato cínico”, disse o ex-presidente de Cuba em um artigo publicado pela imprensa oficial da ilha.
“Agora deve-se esperar outro discurso teatral em Oslo, um novo compêndio de frases que ocultam a existência de uma superpotência imperial com centenas de bases militares espalhadas pelo mundo”, declarou. Fidel também lembrou os “duzentos anos” de intervenções militares (dos EUA) no Hemisfério Sul, além de ações “genocidas” em outras partes do mundo.
“O problema de Obama e seus aliados mais ricos é que o planeta que dominam com punho de ferro está escapando de suas mãos. É provável que, em Copenhague, o máximo que consigam alcançar seja um mínimo de tempo para chegar a um acordo que sirva realmente para buscar soluções. Se isso acontecer, a cúpula do clima representaria, pelo menos, um modesto avanço. Veremos se isso vai ocorrer”, acrescentou.
“O chefe principal da organização à qual são atribuídos os atentados terroristas de 11 de setembro foi recrutado e treinado pela CIA (agência de inteligência dos Estados Unidos) para combater tropas soviéticas e nem sequer era afegão. O presidente dos EUA não diz uma palavra sobre as centenas de milhares de pessoas, incluindo crianças e idosos inocentes, que morreram no Iraque e no Afeganistão e sobre os milhões de cidadãos desses países que sofrem as consequências da guerra, sem responsabilidade alguma com os fatos ocorridos em Nova York”, completou Fidel Castro.”

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Artigo necessário do André Kenji sobre o Nobel dado à Obama. Muitas das minhas percepções foram fielmente captadas pelo autor do artigo, o prêmio é um crime contra a humanidade, um tapa em antigos ganhadores que realmente representam e representaram algo no mundo e lutaram de fato pela paz.

Além disso, age enormemente para desacreditar o prêmio enquanto ferramenta eficaz na luta contra a tirania e pela paz. Virou um instrumento meramente político de agrado à presidentes estadunidenses e não a ferramenta de pressão e reconhecimento de lutas por dignidade.

Alguns deslizes podem até passar ao largo, como o prêmio dado à Gorbatchev ou à Menachen Begin, mas a constante mania de laurear presidentes americanos com o único intuito de provocar os Republicanos e tentar dar um ar de legalidade ao Imperialismo dos EUA pode acabar por destruir a imagem de um prêmio que, se bem usado, pode mudar realidades.

Voltando ao texto, o André se esquece, porém  do Embargo contra Cuba, novamente estendido, desta vez por Obama, que mantém esta violação contra o povo cubano e se alinha – como de costume – coma a extrema direita cubana em Miami.

Vale lembrar também do caso de Honduras, onde se Obama não é diretamente responsável pela preparação e sustentação do golpe, o são seus assessores e, de qualquer forma, Obama nada faz de concreto para resolver a situação, o que está em seu alcance.

O prêmio dado à Obama só tem sentido – se fizemos grande esforço – se o entendermos como uma carta branca para agir, ou melhor, como um incentivo para que este haja em prol da paz, destoando do que normalmente significa ser presidente dos EUA.

Incentivo, recomendação, voto de confiança, carta branca, não importa como chamemos, o fato é que, até o momento Obama se limitou a não ser Bush, não por ter desfeito ou revisto as ações do antigo presidente, mas por prometer rever e sorrir de forma convincente. Um jogo de aparências bem bolado mas que, na prática, apenas suaviza a violência que, porém, persiste.

O prêmio é político, decidido por políticos e, como tal, cobertos e cercados de interesses diversos, e isto fica claro com os prêmios dados à Al Gore, Obama e Carter que, enquanto presidentes – no caso de Gore, enquanto candidato e Vice – não fizeram absolutamente nada em prol da paz e sim apenas asseguraram interesses dos EUA no mundo.

Al Gore fez um vídeo bonitinho sobre meio-ambiente e ganha milhões dando palestras sobre o assunto e Carter, este sim, se tornou um ativista após a presidência, mas enquanto no Salão Oval não é lembrado pela humanidade e luta pela paz. Seu ativismo seria uma tentativa de apagar o passado e o Nobel veio para referendar esta tentativa?

Obama, enfim, ainda não fez nada, manteve o status quo mas com palavras bonitas, é como Clinton que invadia a Sérvia enquanto transava com a secretária e mantinha um sorriso lindo no rosto – e tudo sem a aprovação da ONU mas sob os olhos brilhantes do mundo frente à sua simpatia e carisma.

Obama até agora é isto, uma figura bonita, carismática e carregada de esperança. E fica nisso. Ele agora tem um Nobel para mostrar cada vez que for questionado sobre Guantánamo, sobre o Afeganistão ou sobre qualquer outra guerra que ele porventura resolva travar. É o “cala boca” ideal.

Quantas causas desconhecidas ou pouco conhecidas, mas de grande importância não poderiam ter ganho visibilidade e força se premiadas? Tudo isto em troca de um prêmio para alguém que ao defender Israel defende o Genocídio do povo Palestino?

Obama pode surpreender, não nego, mas não há sentido em ganhar um prêmio pelo potencial de fazê-lo. E, seguindo a história, dificilmente fará.

Enfim, faço minhas as palavras do André, o prêmio dado à Obama é um crime contra as gerações futuras.

Quando vi na caixa de emails o email do newsalert do Huffington Post dizendo que Obama havia ganho o Prêmio Nobel da Paz achei que fosse um tipo de piada ou pegadinha do site. Provavelmente é, embora não seja da turma de Ariana Huffington, mas do Comitê do prêmio. Obama, afinal de contas, foi senador federal por três anos(Sem uma atuação particularmente brilhante, pelo contrário, tendo votado firmemente para financiar as duas guerras) e presidente por cerca de nove meses em que nas ocasiões em que suas intenções caminhavam para a paz fracassou miseravelmente. Não conseguiu fechar Guantanamo, nem impedir a expansão de assentamentos na Palestina. E não só os soldados continuam no Iraque e no Afeganistão como neste último Obama pode aumentar em quarenta mil seu número.(Paul Craig Roberts disse que o prêmio transforma o refrão “Guerra é Paz” em realidade).

Aliás, foi bizarro ver Bill O´Reilly e Chris Wallace discutindo o assunto na Fox News. Ambos se perguntavam pela razão do prêmio, Wallace disse que a grande razão era de que Obama não era Bush. O´Reilly, surprendentemente, diz que Obama faz as mesmas coisas que Bush, e só faz “lip service” na direção contrário. Claro que há um joguinho aí. Como Jeff Jacoby lembra, o Nobel de Física, Química e Economia é escolhido pela Academia Real Sueca de Ciências, enquanto que o Instituto Karolinska, uma instituição médica, escolhe o de Medicina. O Nobel da Paz é escolhido por uma comissão de deputados noruegueses. E bem, políticos na Noruega como políticos em qualquer lugar se preocupam mais com o impacto a curto prazo que credibilidade a longo prazo.

Isso faz sentido. Os três últimos laureados com o prêmio parecem ter sido escolhidos a dedo pensando em ofender Bush e os republicanos em geral. Carter, talvez o presidente moderno mais odiado pelos conservadores mainstream dos EUA ganhou o prêmio em 2002(Quando os próprios noruegueses admitiram que aquilo “era um chute nas pernas de Bush”) Gore, que venceu Bush no voto popular, foi premiado em 2007. Talvez Al Franken, Nancy Pelosi ou Hillary Clinton sejam premiados nos próximos anos.

O problema é que há uma diferença com relação aos outros Premios Nobel. Quando os prêmios foram criados havia muito mais romantismo e menos dinheiro envolvido em pesquisa. Portanto, era muito mais crível que o Nobel pudesse de fato servir de incentivo para pesquisa que contribuisse para o bem da humanidade. Hoje, claro, é muito mais dificil um cientista iniciar uma pesquisa pensando no Nobel, e há incentivos muito mais interessantes. Por outro lado, o Nobel da Paz é um instrumento importante para atrair a atenção da opinião pública para causas importantes. Até 1996, quando o Bispo Carlos Filipe Ximenes Belo e José Ramos-Horta ganharam o Prêmio o Timor Leste era totalmente desconhecido. O prêmio para Jody Williams e a Campanha pelo Banimento de Minas Terrestres no ano seguinte seria fundamental para o banimento desta arma terrível (Imaginem o horror se estas armas estivessem a disposição das guerrilhas no Iraque e Afeganistão). O prêmio para Lech Wallesa em 1983 e Desmond Tutu em 1984 permitiram que estas importantes vozes de dissidência fossem ampliadas.

Toda vez que o prêmio vai para políticos de carreira amplamente conhecidos você tem uma causa importante a menos que perde chance de exposição, você tem vozes dissidentes que acabam silenciadas. Este ano, especulava-se que Hu Jia, um dissidente chinês pródemocracia seria o vencedor. Isso contribuiria para que a China fosse de fato pressionada a impor reformas democráticas. Mas não faltam ativistas em países como Egito e Irã. O jornal The Zimbabwean, uma voz eficiente contra a ditadura de Robert Mugabe, seria um laureado muito mais justo.

O prêmio para Obama, assim como prêmios para outros políticos americanos e conhecidos é um crime contra as causas esquecidas do mundo subdesenvolvido, é um crime contra as vozes que ousam lutar contra a tirania. E a perda de credibilidade do Nobel da Paz é um crime contra as gerações futuras.

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Além do Cidadão Kane, o documentário censurado

Alguns veículos aventam a possibilidade de toda a briga entre as redes de TV ter como pano de fundo a disputa pelos direitos das olimpíadas de 2016 e pelos direitos do Campeonato Brasileiro. Como todos sabem a Record detém os direitos do primeiro – além dos da próxima olimpíada e do Pan – tendo pago muito caro pela exclusividade e luta pelos direitos do segundo.

No caso das Olimpíadas e do Pan cobra caríssimo pelo direito da Globo (via Globosat) transmitir com exclusividade na TV a cabo – e ainda condiciona toda a negociação a uma melhor posição da Record News na numeração dos canais – e, no caso do Brasileiro, inflacionou os valores ao propor – e depois dar para trás – valor muito superior ao da Globo.

São razões aceitáveis se, porém, confirmadas. Até agora só conjecturas e achismo.


De concreto podemos analisar as imagens veiculadas tanto pelos noticiários da Globo quanto pelo da Record. A Globo está claramente e corretamente atacando a Igreja Universal do Reino de Deus, a Record aparece no meio mais como resultado que como “culpada”. Por mais que possamos admitir que o interesse por trás de tudo é atacar a concorrente, na prática não podemos afirmar o mesmo, ao menos não com as evidências que temos hoje.

A Globo não ataca diretamente a Record e sim a cita dentre todas as acusações porque, afinal, seria impossível não fazê-lo e cabe à esta rede concorrente o papel de tomar as dores da IURD, dar-lhe espaço de resposta – vide entrevistas dolorosas com o chefe da máfia, Edir Macedo – e se fazer de vítima. A Record vem pintando a si como a pobrezinha, o patinho feio que vai tomando espaço e é atacada covardemente, mas os fatos até agora não corroboram com esta visão.

A Record, por outro lado, em momento algum tenta – nem conseguiria – responder aos ataques feitos contra a IURD, se limita a mostrar “o outro lado” e, claro, atacar a Globo.

Não que os ataques não sejam corretos, ao menos no conteúdo são certeiros contra a imagem da Globo. A Record não mente em momento algum durante seus ataques à emissora e na verdade beneficia a todos os brasileiros ao desmascarar a Rede Globo, porém, intolerável é a festa que alguns petistas e neopetistas fazem louvando a Record, como se esta fosse a salvadora da qualidade e decência na TV, vale tudo para derrubar a Globo!

Não, não vale. Uma coisa é, acertadamente, corroborar e felicitara Record por seus ataques à Globo, outra é acreditar que a Record faz tudo isto por ser diferente, comprometida, isto é inaceitável.


O problema, quando analisamos a “big picture”, é que por mais que os ataques da Record especificamente contra a Globo sejam corretos e honestos do ponto de vista material, estes são motivados por uma incapacidade de defesa aos ataques quem vem do outro lado, por um orgulho ferido, pela indefensabilidade (se existe esta palavra) da IURD que, então, passa a usar sua TV para embaralhar os argumentos e distorcer o assunto principal.

A Record, todos sabem, é fio condutor das mensagens da Universal mas, ao menos até agora, havia alguma cobertura de independência ao longo do dia e de certa forma em seus telejornais. Agora, esta cobertura, esta cortina, foi puxada, retirada de vez e a Record foi desmascarada como a TV oficial da IURD, das respostas, ataques e tentativas torpes de defesa da seita.

O uso que a IURD faz da Record é simplesmente vergonhoso, é lamentável que uma Rede de TV seja nada mais que um cão de briga de uma seita corrupta e sem qualquer vergonha.

No fim das contas, toda a denúncia do fisco, do MP e dos que já foram e são lesados pela seita se provam corretos, procedentes. A Record e a IURD sempre negaram ser uma dona da outra, por mais que “Bispos” e “Pastores” da IURD sejam parte da direção da Record. A afirmação de sempre é a de que é coincidência ou de que não há ligação formal quando apenas algumas pessoas são ligadas à ambas as organizações.

Boa parte da receita da Record vem dos programas da madrugada da IURD, “horário comprado”, afirma esta.

Mas, no fim das contas, a virulência dos ataques contra a Globo por parte da Record quando a primeira atacava só a IURD, denunciam que realmente manda na rede. O espaço à “defesa” por parte de Edir Macedo e outros da pior espécie são a prova cabal de que a IURD e a Record são a mesma coisa, na verdade, a Record é cria ilícita da primeira.

A briga entre as redes é por hegemonia, é por orgulho ferido da Universal, é briga de dois gigantes ilegais, corruptores, manipuladores e da pior espécie possível. Não existe lado bom ou correto nesta guerra mas é impensável que alguém escolha um lado para seguir, apoiar e defender.

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O nível da disputa está tão baixo que até “obreiros e pastores”, que tem função semelhante aos executores da máfia, agora estão “convencendo” os “fiéis” da IURD a dessintonizarem a Globo e, obviamente, migrarem para a Record.

Apenas mais uma demonstração do caráter nefasto da Igreja Universal que usa a religião (ou uma deturpação da mesma) para promover suas empresas, suas lavagens de dinheiro. EM um país decente soaria absurdo que uma seita se valesse de suas prerrogativas e poder para iniciar uma campanha entre fiéis para desestabilizar uma rede de TV.

“Dá pra tirar esse mal de qualquer aparelho, e se você tem TV a cabo é mais fácil”, explicava um obreiro aos fiéis, em meio a um culto em Santo Amaro, na manhã de domingo. “Quem tem TV a cabo ”e mais fácil, é só bloquear. É só bloquear!”

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Update:

Eis que surge outra teoria sobre as razões que levaram a Globo e a Record às vias de fato. O Portal Comunique-se informa que a IURD apresentou proposta milionária mais uma vez à Globo para comprar espaço em sua programação. A oferta chega à casa do meio bilhão de reais.

A primeira oferta teria sido feita em 2007, assim como a segunda, e a terceira no dia 17 de agosto deste ano, ou seja, ontem.

Daí tiramos duas conclusões:

Primeiro a de que a Record, com as ofertas – e em especial a última, de valor maior que a paga pela seita à Record – visa unicamente “provar” que não privilegia a Record, o que os bispos alegam, mas qualquer um compreende como um jogo planejado e;

Segundo, que as recusas da globo podem ser uma das possíveis razões para a virulência dos ataques da Record contra a Globo quando a segunda apenas noticiava fato conhecido, o processo contra Edir Macedo e seus capangas.

Quanto à segunda idéia, nada a acrescentar, está clara, já no primeiro caso vale acrescentar que a tentativa da IURD de afirmar não privilegiar a Record não procede, visto que seus bispos, obreiros e toda a corja fazem parte da direção da emissora, estão no controle da rede de TV. Com ou sem dinheiro, a Record manda na estrutura da rede de televisão.

Virulência, em parte, explicada.

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Uma coisa é certa, enquanto se atacam, nem Globo nem Record falam qualquer mentira. Ambas nasceram baseadas em falcatruas e ilegalidade, a Globo era a amiguinha da ditadura, a Record é a amiguinha de “Deus”.

A Globo detém um monopólio que a Record tenta ameaçar, mas que ainda está longe de ter algum sucesso. A Record tem dinheiro infinito, vinda de doações de trouxas, chamados de “fiéis”, além de descarada lavagem de dinheiro, já a Globo detém a franca amizade dos poderosos, por mais que esta amizade não seja contagie o atual executivo, sempre prejudicado pela rede de TV.

Desde o primeiro ataque da Globo contra a Record uma coisa ficou clara, a Globo foi esperta e soube atiçara rede Record que mordeu a isca. Eu já disse isto antes mas volto a repetir, a Record foi citada apenas por cima nas primeiras reportagens da Rede Globo, que visava atacar a IURD, mantenedora, patrocinadora e corruptora da rede dos pastores.

Ninguém é inocente, obviamente a Globo buscou atingir a integridade (sic) e a imagem da Record, não existe ataque sem sentido quando os maiores veículos de mídia do país se degladiam em horário nobre.

Mas deste confronto podemos tirar duas conclusões inescapáveis:

1. Com as denúncias se tornando públicas, coisa que só uma pequena parcela da população tinha acesso através de documentários censurados ou livros apócrifos, todos nós ganhamos. A verdade vem à tona, da pior ou da melhor maneira.

2. A Globo sairá menos prejudicada.

Se por um lado é fato que a IURD costuma crescer quando atacada, por outro a disparidade de Ibopes e alcance das duas redes é marcante. enquanto a média do JN da semana foi de 36,7 pontos no Ibope, a do Jornal da Record foi de 8,6 pontos. Uma diferença gigantesca.

Ao menos no que concerne o veículo televisivo, a Globo vem dando uma lavada e o alcance de suas críticas é muito maior.

Obviamente a Record conta com aliados poderosos como a Folha Universal – a tiragem do “jornal” alcance os 2.344.250 de exemplares semanais, mais de 330 mil por dia, a maior tiragem da América Latina -, os pastores da IURD que sem dúvida reforçarão a lavagem cerebral dos “fiéis” afirmando que a Globo é o capeta mas a Record não (ambas são farinha do mesmo saco). Além disso a Record conta com velada (talvez nem tanto assim) simpatia da cúpula federal – a concessão do sinal para a Record News fala por si só – e também com a simpatia de muitos petistas e neo-petistas.

Analisando mais profundamente a questão do petismo, não surpreende. Na verdade o que me deixa embasbacado é a falta de crítica. “A Record foi fundada com lavagem de dinheiro de fiéis… MAS a Globo apoiou a ditadura, é pior”.

Este papo do que é pior, menos pior, mais pior e outros argumentos inúteis e descabidos não tem vez na discussão. Não se trata de ter posição, de gostar ou desgostar mais de uma rede ou de outra e sim denunciar ambas pelo que são.

Nos comentários dos posts anteriores comentaram que a Record seria “mais imparcial” em seus notíciários. Imparcialidade não existe, existe interesse e se a Record não “pega pesado” com Lula, PT e gov federal não o faz por ser “boazinha” e “socialmente engajada” e sim porque uma mão lava a outra, porque o então PL, partido da IURD basicamente, era da base aliada do PT, porque o Gov. Federal deu uma mãozinha com a Record News.

Enfim, não existe “lado correto” nesta briga, todos são canalhas. A Globo por ter infringido – o que ainda faz – as leis brasileiras, ter se aliado com meios estrangeiros de mídia, por ter sido base de sustentação do regime militar, por ter se colocado contra as Diretas, contra os movimentos sociais. A Record, por fim, por ter sido fundada com base em corrupção, lavagem de dinheiro, por ser sustentada e mantida por uma seita da pior espécie, que engana e rouba milhões pelo mundo.

Numa briga destas, tomar posição é se sujar, é corroborar com as canalhices de um dos lados. E isto é intolerável para qualquer pessoa que diga ter discernimento e ética.

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Este papo de monopólio e etc na guerra entre Record e Globo é válido mas a Record perdeu o rumo, é inegável

O objetivo da Globo foi também atacar a Record? Provavelmente, mas, convenhamos, nos noticiários da Globo a Record era citada mais como resultado das críticas à IURD que à rede de TV em si.

A reação da Record foi desproporcional à suposta ofensa contra si. Está claro que a Record, e sua direção composta por neopentecostais corruptos da Universal, resolveu reagir de forma enlouquecida contra a Globo.

Os ataques da Record à Globo são certeiros, são corretos, mas mascaram a total falta de capacidade em se defender – ou melhor, defender a IURD, dos ataques que vem não só da Globo mas especialmente da justiça!

Não nos esqueçamos, quem criou o processo todo não foi a Globo!

Não sejamos inocentes, se a Globo tem por objetivo atacar a Record então o fez com maestria, bateu onde deveria doer e doeu no fundo da alma. A Record em momento algum se defendeu ou defendeu a IURD das acusações, as deixou de lado e resolveu atacara Globo e capitalizar sobre o assunto.

Se a intenção da Globo foi atacar a Record, esta mordeu a isca e caiu de boca. Se a Globo não teve a intenção, a Record resolveu tomar as dores da IURD (na verdade não sei porque seuqer traçar esta linha divisória entre as TV e a seita). Em ambos os casos, a Record não tem as armas necessárias para brigar, tenta defender o indefensável, a IURD.

A Globo é monopolista, é sempre bom um contraponto mas, este contraponto seria uma rede que promove mais e mais baixarias e que é controlada por uma seita canalha?

Em nome de uma suposta pluralidade na mídia vamos defender uma rede de TV de qualidade duvidosa, onde boa parte de sua programação é “religiosa”, que se mantém graças ao roubo descarado do povo e fraudes e que foi comprada na base destas mesmas fraudes?

A Globo e a Record são farinha do mesmo saco, mas, neste debate é fácil notar que a Globo ataca a IURD, com razão, e a Record ataca a Globo, já que não tem como defender a IURD, sequer tenta! Se limita a dizer que ela é maravilhosa, que salva vidas, entrevista alguns otários, mas e momento nenhum contradiz a Globo em suas acusações.


A IURD é indefensável.

Até a Record sabe disso.

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Aliás, analisando especificamente a última afirmação do post anterior, a da suposta tentativa da Record de ser imparcial, uma incorreção gritante, imparcialidade na mídia nacional? Falácia das mais dolorosas. Tentar ser imparcial, para a mídia tradicional tupiniquim, é o mesmo que pedir à IURD para tentar ser honesta.

A Rede Record é a TV que mais cresce no Brasil, e a cada dia ganha novos telespectadores. Seus programas (sinceramente não gosto), mas sobretudo os jornalísticos, são indiscutivelmente melhores que os da TV Globo, um fato que incomoda bastante (tanto a Globo quanto o jornal da “ditabranda” Folha de São Paulo), porque convenhamos, perder audiência significa perder grana e poder, o poder de eleger seus políticos escabrosos.

Querer reduzir toda a questão à uma guerra entre emissoras é um erro grotesco. A questão é a corrupção da IURD e do chefe da máfia, Edir Macedo. O colega anda fala como se a Globo e a Folha fossem as únicas responsáveis pelos políticos de pior espécie. Para não me estender eu cito apenas uma das crias da Record: Crivella.
É um argumento falso a de que a Record é boazinha e a Globo é o demônio. Nenhuma das duas presta. Esta dicotomia falsa que os petistas vem criando, este negócio de “está comigo é bom, está contra mim é o diabo” não serve à ninguém, apenas torna muito mais complicado o quadro geral da política brasileira. Esta divisão entre mocinhos e bandidos, onde ambos são bandidos apenas prejudica ao povo como um todo que fica num fogo cruzado sendo forçado a tomar partido sob pena de ser crucificado.

Desta forma a TV Globo ataca, mais uma vez, direta e indiretamente, toda comunidade evangélica do Brasil e do mundo, Lula e o PT, mas tenho certeza que o troco virá. Aguardem!.

Por fim, este talvez tenha sido um dos comentários mais lamentáveis.


Em primeiro lugar, a mera existência da Igreja Universal do Reino d Deus, uma igreja caça-niquel, já é uma ofensa aos evangélicos de verdade, aos protestantes tradicionais. Na verdade é uma ofensa a qualquer um que tenha uma religião e que considere este um valor importante.

A “teologia da prosperidade” pregada pela IURD e outras igrejas caça-níqueis, que vem surgindo no Brasil e EUA e se espalhando pelo mundo, é uma piada sem tamanho, uma forma de roubar dos mais pobres, dos mais impressionáveis, com o objetivo de enriquecer a um grupo mafioso que usa o nome de Deus para seus propósitos.
É sempre bom lembrar que toda esta novela começou por uma investigação da justiça brasileira, não foi invenção da Globo! A idéia de que tudo não passa de um factóida global esbarra na mera observação dos fatos, não foi a Globo quem inventou a investigação nem as evidência,s tampouco foi a Globo quem acusou e está processando a IURD/Edir Macedo – e não a Record, vejam bem.

A Globo está se capitalizando com tudo isto? Claro, mas a Record e qualquer outra rede fariam o mesmo se tivessem a oportunidade.

Falho em compreender, porém, onde entra Lula e o PT na história. A IURD é uma máfia, todos sabem disso, denunciar suas ações é necessário e uma obrigação e envergonhados deveriam ficar os evangélicos por exsitir a IURD e envergonhado deveria ficar o PT e os petistas se realmente precisam da Record para sobreviverem.


Defender a Igreja Universal e Edir Macedo sob a desculpa da governabilidade é o mais fundo em um poço que alguém/um governo pode chegar.

Só rindo mesmo.

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Apenas um adendo, o “Pastor” Silas Malafaia resolveu capitalizar em cima da Universal. O Podre falando do emporcalhado.


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Desde que estourou o caso Sarney os Petistas afirmam de pé junto que o #Forasarney organizado pelo Orkut e que tem sub-celebridades e blogueiros como ponta de lança (Tico Santa Cruz [quem?], Marcelo Tas e Noblat) nada mais é que um movimento orquestrado pelo PIG para derrubar ou prejudicar o governo Lula.

Pode até ser, mas não significa que temos que engolir o sapo bigodudo. É compreensível que Sarney, por maior crápula que seja, é apenas mais um em um senado coberto por lama. Ele é peça fundamental no Senado do governo Lula.

Não cabe aqui analisar o porque das alianças detestáveis do “PT do poder” com Sarney, Collor e Renan Calheiros – dentre outros nomes lamentáveis – e sim compreender que o ForaSarney foi (é?) um movimento que em parte serve para prejudicar o governo.

Longe de concordar com os Petistas que não aceitam críticas, que viraram defensores e melhores amigos de Sarney, mas o movimento deve ser enquadrado dentro de seus objetivos.

Antes de mais nada deve ficar claro que este blogueiro aqui não é petista e muito menos aliado dos DemoTucanos. Antes o PT no poder que um Vampiro Anêmico qualquer. Ambos são ruins mas o Vampiro é pior.

Por mais que alguns movimentos sociais tenham sido completamente cooptados, vide a UNE e sua vergonhosa direção, no geral a perseguição e criminalização direta e por parte do Governo Federal diminuíram de FHC para cá. Podemos falar em inércia mas não em grandes ataques coordenados.

O que vem se tornando inaceitável é a mania dos petistas de afirmarem, agora, que TUDO é manobra da “oposição” para derrubar o governo, para inviabilizar a candidatura de Dilma e etc…

Duas coisas devem ficar claras:

1. O PT não precisa de ajuda para se dar mal, suas alianças espúrias e diversas políticas desastrosas, sozinhas, fazem o serviço.

Aprovação da MP da Grilagem, Mensalão, venda das bandeiras históricas, expulsão dos “radicais” que hoje formam o PSOL, aliança com os maiores canalhas já vistos no país, PAC que não decola, reforma agrária emperrada… Só para ficar numa pequena lista.

Existem avanços óbvios, logicamente, como o Bolsa Família – apesar de faltar um plano para superar a necessidade da Bolsa -, ProUni – ainda que UniEsquinas não devessem se beneficiar de incentivos – e diminuição na repressão e criminalização dos Movimentos Sociais – apesar do aparelhamento de alguns.

Vale ainda citar que o processo de privatizações foi freado, a venda do país ao menos não é uma marca do governo petista e, convenhamos, se as denúncias de corrupção hoje são inúmeras não se deve à suposta capacidade petista de roubar e sim que o denuncismo do PIG foi elevado até a estratosfera.
2. MESMO que algumas ações da mídia (Folha, Globo, Veja e o PIG em geral), ou mesmo TODAS as ações e campanhas da mídia tenham de fato a intenção de prejudicar o governo, não quer dizer que nós, o povo, tenhamos que engolir toda e qualquer desculpa, toda e qualquer safadeza do PT/Governo.

Compreender e criticar o PIG pelas suas denúncias não é pressupor que tudo seja falso e muito menos legitimar toda e qualquer falcatrua do atual governo.

Dito isto vamos ao cerne do post de hoje.

Este post vem em resposta à este, do Bodega Cultural que afirma:

Essas denúncias e o oportunismo pernicioso da Rede Globo, a meu ver, só tem uma explicação: Derrubar a emissora que pode se contrapor à vontade da Globo e fazer a diferença nas eleições que se aproximam. Vamos dar eco: Derrubar a emissora que pode melar os planos mefistófeles da Globo e do PSDB, que é eleger seus tucanos nas próximas eleições e voltar ao poder absoluta!

Que o amigo me perdoe mas, como disse o @aarles via Twitter:

Record foi comprada com dinheiro lavado de fiéis…a Globo montada com dinheiro “clandestino” da Time Life…

ou seja: problemas no sistema de concessões que é uma piada…

isso só aparece para o grande público agora por uma briga no contexto da disputa eleitoral…

e eu aqui rindo e me divertindo, vendo que os grandes “estrategistas” vão sifu hahahahahahaha

Irretocável. Ambas as emissoras vieram de concessões problemáticas, fraudulentas no mínimo. A Globo é cria do Regime Militar e a Record de um povo burro que adora ser enganado pela piada que é o neopentecostalismo.


Ambas as emissoras tem uma história condenável, vergonhosa, ambas manipulam o povo das piores maneiras possíveis e a guerra entre elas beneficia unicamente o povo.

A TV Record, se não apóia o governo Lula, ao menos procura ser imparcial ao veicular notícias sobre política e a atuação do Governo Federal.

Mesmo que tal afirmação fosse crível devemos lembrar que a Record fará de tudo para, nas próximas eleições, permitir que candidatos neopentecostais façam palanque. Para além disso todos sabem que a própria empresa foi fundada na base do roubo, da fraude, enganando milhões de “fiéis” pelo Brasil e pelo mundo.

Será que o PT e os petistas estão dispostos a aceitar acriticamente tal apoio? Qual o preço que o PT/Governo/Petistas estão dispostos a pagar pelo “apoio” da Record? Quantos crimes irão acobertar? Quantos neopentecostais irão acobertar/ajudar a chegar ao parlamento?

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Utilizando o princípio da Jurisdição Internacional, advogados Palestinos irão apresentar no Tribunal Nacional da Espanha 936 processos contra o exército Israelense pelos abusos cometidos nos últimos anos, em especial durante o genocídio de Gaza.Levando em conta o desrespeito e inação de Israel, que considera ter apenas cometidos “pequenos erros” – dentre estes “pequenos erros” está o assassinato brutal de civis, mulheres e crianças – a única solução viável é procurar cortes de outros países capazes e dispostos a julgar os crimes inomináveis de Israel contra a população civil Palestina.

Mesmo que as ações não resultem em prisões, a mera condenação e impedimento de Israelenses criminosos de deixar Israel e coloca os pés na Europa e em outros continentes, já é uma tremenda vitória dos Palestinos na sua luta por um Estado e por viver em paz, sem massacres diários, o que hoje ocorre.

“Amir Al-Daya, 28, é o único membro de uma família de 23 pessoas que sobreviveu ao bombardeio da casa de seus pais. Entre os mortos estavam seus pais, três irmãos, três cunhadas, duas irmãs e 12 sobrinhos e sobrinhas. Al-Alami mostra algumas das fotos do arquivo. Uma delas mostra a cabeça de uma criança no meio dos destroços, com os olhos abertos, membros separados do corpo. Não restou nada das vítimas, e Al-Daya encontrou partes do corpo de sua mãe a até 100 metros dali.
“Minha família simplesmente desapareceu”, diz Al-Daya, um homem corpulento com rosto de menino.”

Via Der Spiegel Online (encontrado no Palestine Centre for Human Rights – PCHR):

Palestinian Lawyers Take on Israel

By Juliane von Mittelstaedt in Gaza City

Four months after the war in Gaza, Palestinian lawyers have prepared 936 lawsuits against the Israeli military over alleged war crimes. Some of the cases could soon be tried at Spain’s National Court under universal jurisdiction.

When Iyad al-Alami wants to survey the fallout of the Gaza war, he simply has to step out of his office and walk up the stairs to the top floor of the building where he works. There, piles of shrapnel, twisted missile shells and massive armor-piercing shells are stored. New material is added every day, filling the boxes that cover the floor and are stacked along the walls.

For Al-Alami, the debris is evidence of Israeli army war crimes. He hopes the weapons can be used again — but this time in a courtroom.

Al-Alami is the man behind efforts to assemble the biggest ever wave of lawsuits against Israel. He heads the legal department of the Palestinian Centre for Human Rights (PCHR) in Gaza City. From his windowless office, the taciturn lawyer is trying to convince courts around the world to take up his cause. Al-Alami is 45 years old, and he bears a slight resemblance to former Egyptian President Gamal Abdel Nasser, whose image is hanging on Al-Alami’s wall.

Although he is by no means a propagandist, Al-Alami refers to “Israeli war crimes” as if he were discussing a self-evident fact. But he sees himself as neutral, or at least as neutral as a Palestinian in the Gaza Strip can be. He has defended Hamas members in Fatah prisons and Fatah members in Hamas prisons. He has represented hundreds, perhaps even thousands, against the Israeli army since he co-founded the PCHR 14 years ago. In the best outcomes, Israel paid compensation for victims or convicted its soldiers of theft. But the center’s victories have all been minor. “We live in a system of impunity,” says Al-Alami.

The 4,747 Palestinian deaths which, according to the Israel human rights organization B’Tselem, resulted during the second intifada — the Palestinian uprising that began in September 2000 — led to 30 criminal charges against Israeli soldiers, five convictions and only one longer jail term. According to the PCHR, 1,417 people died in Israel’s most recent war against Hamas in the Gaza Strip, and many of the dead were civilians. This must not happen again, says Al-Alami. His dream is to see an international tribunal for Gaza, equipped with his files and evidence. And it seems as if his vision could soon come true, at least in part.

Dozens of attorneys around the world — in Norway, Britain, New Zealand, Spain and the Netherlands — are working on the Gaza lawsuits. In a globalized world, justice is also global: The basis for the initiative is the principle of universal jurisdiction in international law, which makes it possible to file suits worldwide for war crimes, genocide, torture and crimes against humanity.

In Norway, six attorneys have filed a lawsuit for human rights violations against Israel. They are seeking a European warrant for the arrest of senior Israel officials — including former Prime Minister Ehud Olmert.

In London, Daniel Machover and Kate Maynard, attorneys with the law firm of Hickman & Rose Solicitors, are waiting for one of the people responsible for the war on the Israeli side to travel abroad. If the official travels to a country where it is legally possible to file charges for war crimes, a local attorney will immediately petition in that country for the arrest of the Israeli official in question.

Four years ago, the two lawyers secured a warrant for the arrest of Doron Almog who, as head of the Israel Defense Forces’ Southern Command, ordered so-called targeted killings. Almog, after receiving advance warning, escaped arrest at London’s Heathrow Airport by refusing to leave his plane and flying back to Israel. Since then, senior Israeli military officials, and even some politicians, are no longer willing to risk travel to Britain.

Al-Alami is currently pinning his hopes on Spain’s National Court in Madrid, which has become something of an unofficial world court. The National Court issued the arrest warrant against former Chilean dictator Augusto Pinochet, and it is now investigating allegations of detainee torture at Guantanamo. One of the court’s judges is investigating three Chinese cabinet ministers and other high-ranking Communist Party officials for their role in suppressing the Tibetan uprising in 2008.

And now the court is also investigating charges against the leadership of Israel, a democratic country and the only party to the war that can be sued. Meanwhile, Hamas remains unpunished for its acts of terror.

The basis for the Spanish court’s actions is a lawsuit filed in January against seven high-ranking Israeli military officials and politicians for the targeted killing of Hamas militia leader Sheik Salah Shehadeh in 2008, an attack that also claimed the lives of 14 civilians. The case could be suspended, but to prevent this from happening, Spanish attorney Gonzalo Boyé plans to expand the suit to include a total of 13 cases compiled by the PCHR. The cases, which involve disappearances, torture and killings, go back to 1983, although most are from January 2009. Boyé’s goal is to demonstrate that Israel systematically committed crimes, which is why the victims of the Gaza campaign are the focus of the lawsuit. “One case is a war crime,” says Boyé, “but 10 cases? That’s something else.” The new charges involve crimes against humanity.

And if it becomes necessary, perhaps because the Spanish government, under pressure from abroad, is currently trying to limit the universal claims of its courts, Boyé is prepared to introduce a victim with ties to Spain: a Palestinian with relatives in Barcelona.

So far Israel has refused to cooperate with any systematic investigations. It rejects the International Criminal Court (ICC) and is not cooperating with Richard Goldstone, the head of a United Nations Human Rights Council fact-finding mission to Gaza. There have also been no criminal investigations into charges, brought by the Red Cross and human rights organizations, that the wounded could not be evacuated during the Gaza war, ambulances were shot at and civilians and refugees were attacked.

The only Israeli investigation to date addressed reports by soldiers claiming to have witnessed indiscriminate shootings of Palestinian civilians. After spending 11 days investigating the allegations, a commission concluded that the alleged killings were nothing but rumors.

The Israeli army has now completed an internal review of the Gaza war, and has concluded that its soldiers made mistakes in only a “very small number of incidents.” These incidents “were unavoidable” and of the sort that “occur in all combat situations.”

Systematic war crimes, of the kind which Al-Alami accuses the Israelis of carrying out, are not easy to prove. The attorneys must demonstrate that the Israel military attacked civilians without reason, perhaps even deliberately. They must prove that these attacks were not part of the conduct of war against Hamas fighters, and that they were not simply cases of technical or human error, but the senseless taking of human life. But who is to decide whether such killings were accidental or intentional and if they show carelessness or cruelty?

On the other hand, no war has ever been as well-documented as the Gaza conflict, despite the Israeli ban on journalists. The Gaza Strip is small, witnesses are unable to leave, and evidence is preserved. Keeping this in mind, Iyad al-Alami and his team of eight attorneys, helped by dozens of volunteers, began questioning witnesses during the bombings. They collected shrapnel, took photographs, made videos and recorded the damage, often risking their lives to do so. “We had to collect evidence as quickly as possible before it was gone, before witnesses disappeared, victims died and the dead were buried,” says al-Alami.

In this way, they reconstructed the war, day-by-day and bomb-by-bomb. They compared the statements of eyewitnesses with the course of the war and with media reports. International weapons experts prepared analyses, and Palestinian doctors certified causes of death. The team even went to cemeteries to determine whether the graves matched the dead. “We have to be sure that everything is right,” says al-Alami.

The PCHR has recorded 936 cases, which represents the most comprehensive documentation of this war. They include alleged incidents of children shot at close range, women burned by white phosphorus shells and entire families buried under their houses.

“Winning a case, just one, would be enough,” says al-Alami. “Then I would retire immediately, because I would have achieved everything.” Just one out of 936 cases. Al-Alami needs the perfect case.

The perfect case would have certain characteristics. The dead must be civilians. Credible witnesses are needed. Hamas fighters must not have been in the area, as they might have abused local residents as human shields. And the identities of those who gave the orders and those who did the killing must be clear.

Al-Alami refers again and again to the 13 blue ring binders stacked on his desk. Each binder represents one of 13 cases, and together the cases represent more than 100 dead. They are the worst cases, the cases for global justice, and Spanish attorney Gonzalo Boyé will use some as evidence to support his case of crimes against humanity. There is one ring binder for the 48 members of the Samuni family killed in the Gaza offensive, and another for the six members of the Abu Halima family burned by white phosphorus shells. There is one for the 11 members of the family of Hamas leader Nizar Rayan, whose house was destroyed by an Israeli air strike. There is one folder for those killed at the Arafat police academy. And there is one for the family of Amer al-Dayah.

Amer al-Dayah, 28, is the only member of a family of 23 who survived the bombardment of his parents’ house. The dead included his parents, three brothers, three sisters-in-law, two sisters and 12 nieces and nephews. Al-Alami shows some of the photos in the files. One depicts a child’s head in the rubble, eyes wide open, limbs severed. There was nothing left of nine of the victims, and al-Dayah found parts of his mother’s body as far as 100 meters (328 feet) away. “My family was simply gone,” says al-Dayah, a stout man with a boyish face.

The fate of his family is one of the first cases Gonzalo Boyé plans to submit in Madrid. Al-Dayah, the sole survivor, is pinning his hopes on the European court. He also knows that it could be years — if ever — before a verdict is pronounced.

In its final report, the Israel army commented on the death of al-Dayah’s family. The pilot, the report reads, had erroneously received incorrect coordinates. Instead of the intended target, a warehouse, the bomb hit the al-Dayahs. In other words, it was a “professional mistake,” nothing more.

Translated from the German by Christopher Sultan

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Update:

Tradução do Uol:

Crimes de guerra em Gaza? Advogados palestinos desafiam Israel

Der Spiegel
Juliane von Mittelstaedt
Cidade de Gaza (Palestina)

Quatro meses depois da guerra em Gaza, advogados palestinos prepararam
936 processos contra o poder militar israelense sob acusações de crimes de guerra. Alguns dos casos poderão ser julgados em breve no Tribunal Nacional da Espanha de acordo com a jurisdição internacional.

Quando Iyad al-Alami quer examinar os efeitos colaterais da guerra de Gaza, tudo o que ele tem que fazer é sair de seu escritório e subir as escadas até a cobertura do prédio em que trabalha. Lá, estão guardados pilhas de estilhaços, ogivas de mísseis amassadas e ogivas antiblindagem. Materiais novos são acrescentados todos os dias, enchendo as caixas que cobrem o chão e são empilhadas contra a parede.

Para Al-Alami, os restos são provas dos crimes de guerra israelense.Ele espera que essas armas possam ser usadas novamente – mas dessa vez, num tribunal.

Al-Alami é o homem responsável pelos esforços de reunir a maior onda de processos da história contra Israel. Ele chefia o departamento legal do Centro Palestino para os Direitos Humanos (CPDH) na Cidade de Gaza. De seu escritório sem janela, o advogado taciturno tenta convencer os tribunais em todo o mundo a aceitarem sua ação judicial.

Al-Alami tem 45 anos de idade, e lembra um pouco o ex-presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, cuja imagem está pendurada na parede de Al-Alami.

Apesar de ele não ser de forma nenhuma um propagandista, Al-Alani se refere aos “crimes de guerra de Israel” como se estivesse discutindo um fato consumado. Mas ele se vê como uma pessoa neutra, ou pelo menos tão neutra quanto qualquer palestino da faixa de Gaza pode ser. Ele defendeu os membros do Hamas que estão em prisões da Fatah, e membros da Fatah que estão em prisões do Hamas. Ele já representou centenas, talvez até milhares de pessoas, contra o exército israelense desde que ajudou a fundar o CPDH há 14 anos. Nos melhores resultados, Israel pagou indenização para as vítimas ou condenou seus soldados por roubo.

Mas as vitórias do centro foram todas menores. “Vivemos num sistema de impunidade”, disse Al-Alami.

As 4.747 mortes de palestinos que, de acordo com a organização de direitos humanos de Israel B’Tselem, resultaram da segunda intifada – o levante palestino que começou em setembro de 2000 – levaram a 30 processos criminais contra soldados israelenses, cinco condenações e apenas uma a uma sentença de prisão mais longa.

De acordo com o CPDH, 1.417 pessoas morreram na guerra mais recente de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, e muitos dos mortos eram civis. Isso não pode acontecer de novo, diz Al-Alami. Seu sonho é ver um julgamento internacional para Gaza, munido de seus arquivos e provas. E parece que sua visão pode em breve se tornar realidade, pelo menos em parte.

Dezenas de advogados de todo o mundo – na Noruega, Inglaterra, Nova Zelândia, Espanha e Holanda – estão trabalhando nos processos de Gaza.

Num mundo globalizado, a justiça também é global: a base para a iniciativa é o princípio de jurisdição universal da lei internacional, que torna possível entrar com processos em todo o mundo por crimes de guerra, genocídio, tortura e crimes contra a humanidade.

Na Noruega, seis advogados entraram com processos contra Israel por violações aos direitos humanos. Eles estão pedindo um mandado europeu para a prisão de oficiais sênior israelenses – incluindo o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert.

Em Londres, Daniel Machover e Kate Maynard, advogados da firma Hickman & Rose Solicitors, estão esperando até que um dos israelenses responsáveis pela guerra saia do país. Se o oficial viaja para um país onde é legalmente possível processá-lo por crimes de guerra, um advogado entrará imediatamente com um pedido, naquele país, para que o oficial israelense em questão seja preso.

Há quatro anos, os dois advogados conseguiram um mandado de prisão para Doron Almog, que, enquanto chefe das Forças de Defesa Israelenses no Comando do Sul, ordenou os chamados “assassinatos seletivos”.

Almog, depois de receber um alerta de prisão, escapou da detenção no Aeroporto Heathrow em Londres, recusando-se a sair do avião e voando de volta para Israel. Desde então, militares do alto escalão de Israel, e até mesmo alguns políticos, não se arriscam mais a viajar para a Inglaterra.

Al-Alami atualmente deposita suas esperanças no Tribunal Nacional da Espanha em Madri, que se tornou uma espécie de tribunal internacional não oficial. O Tribunal Nacional expediu o mandado de prisão contra o ex-ditador chileno Augusto Pinochet, e agora está investigando as acusações de tortura de presos em Guantanamo. Um dos juízes do tribunal está investigando três ministros de gabinete chineses e outros oficiais da alta hierarquia do Partido Comunista que teriam oprimido o levante tibetano em 2008.

E agora o tribunal também está investigando as acusações contra a liderança de Israel, um país democrático e o único envolvido na guerra que pode ser processado. Enquanto isso, o Hamas continua impune por seus atos de terror.

A base para as ações do tribunal espanhol são um processo registrado em janeiro contra sete oficiais militares israelenses de alta patente e políticos por causa do assassinato seletivo do líder do Hamas Sheik Salah Shehada em 2008, num ataque que também custou as vidas de 14 civis. O caso pode ser suspenso, mas para evitar que isso aconteça, o promotor espanhol Gonzalo Boyé planeja expandir o processo para incluir um total de 13 casos reunidos pelo CPDH. Os casos envolvem desaparecimentos, tortura e assassinatos desde 1983, apesar de a maioria ser de janeiro de 2009.

O objetivo de Boyé é demonstrar que Israel vem cometendo crimes sistematicamente, e é por isso que as vítimas da campanha de Gaza são o foco da ação judicial. “Um caso é um crime de guerra”, diz Boyé, “mas dez casos? Isso já é outra coisa.” As novas acusações envolvem crimes contra a humanidade.

E se for necessário, talvez por que o governo Espanhol, sob pressão estrangeira, está tentando atualmente limitar os processos internacionais em seus tribunais, Boyé está preparado para apresentar uma vítima que liga os casos à Espanha: um palestino que tem parentes em Barcelona.

Até agora, Israel se recusou a cooperar com qualquer investigação sistemática. O país rejeita o Tribunal Penal Internacional (TPI) e não está cooperando com Richard Goldstone, chefe da missão investigativa do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas em Gaza.

Também não houve investigações criminais em relação às acusações, feitas pela Cruz Vermelha e organizações de direitos humanos, de que os feridos não puderam ser evacuados durante a guerra de Gaza porque as ambulâncias eram abatidas e os civis e refugiados, atacados.

A única investigação israelense até agora diz respeito a relatos dos soldados alegando ter testemunhado assassinatos indiscriminados de civis palestinos. Depois de passar 11 dias investigando as acusações, uma comissão concluiu que os supostos assassinatos não eram nada além de rumores.

O Exército israelense acabou de terminar uma revisão interna da guerra de Gaza, e concluiu que seus soldados cometeram erros apenas em um “número muito pequeno de incidentes”. Esses incidentes “foram inevitáveis” e “ocorrem em todas as situações de combate.”

Crimes de guerra sistemáticos, do tipo que Al-Alami acusa os israelenses de perpetrar, não são fáceis de provar. Os promotores precisam demonstrar que o poder militar israelense atacou civis sem motivo, talvez até de forma deliberada. Eles precisam provar que esses ataques não faziam parte da conduta de guerra contra os guerrilheiros do Hamas, e de que não foram casos simples de erros técnicos ou humanos, mas de tirar a vida humana sem motivo. Mas quem deve decidir se esses assassinatos foram acidentais ou intencionais e se mostram negligência ou crueldade?

Por outro lado, nenhuma guerra foi tão bem documentada quanto o conflito em Gaza, apesar da proibição de Israel aos jornalistas. A faixa de Gaza é pequena, as testemunhas não podem sair de lá, e as provas são preservadas. Com isso em mente, Iyad Al-Alami e sua equipe de oito advogados, ajudados por dezenas de voluntários, começaram a interrogar testemunhas durante os bombardeios. Eles coletaram estilhaços, tiraram fotos, fizeram vídeos e registraram os estragos, com frequência arriscando suas vidas para fazer isso. “Tivemos que coletar provas o mais rápido possível antes que elas sumissem, que as testemunhas desaparecessem, que as vítimas morressem e os mortos fossem enterrados”, disse Al-Alami.

Dessa forma, eles reconstituíram a guerra, dia após dia, bomba após bomba. Eles compararam as declarações de testemunhas com o curso da guerra e com os relatos da mídia. Especialistas de armas internacionais prepararam análises, e médicos palestinos certificaram as causas das mortes. A equipe foi até aos cemitérios para determinar se os túmulos correspondiam aos mortos. “Temos que nos certificar que tudo está correto”, disse Al-Alami.

O CPDH registrou 936 casos, que representam a documentação mais ampla dessa guerra. Eles incluem incidentes de crianças mortas a tiros a pouca distância, mulheres queimadas por ogivas de fósforo branco e famílias inteiras soterradas sob suas casas.

“Ganhar uma causa, apenas uma, seria suficiente”, diz Al-Alami. “Eu poderia me aposentar imediatamente porque teria conquistado alguma coisa”. Apenas um dos 936 casos. Al-Alami precisa do caso perfeito.

O caso perfeito deveria ter algumas características. Os mortos precisam ser civis. São necessárias testemunhas confiáveis.

Guerrilheiros do Hamas não poderiam estar na área, porque poderiam ter abusado dos moradores locais como escudos humanos. E as identidades dos militares que deram as ordens e daqueles que cometeram os assassinatos precisam estar claras.

Al-Alami se refere o tempo todo aos 13 fichários empilhados sobre sua escrivaninha. Cada um deles representa um caso, e juntos eles representam mais de 100 mortos. Eles são os piores casos para a justiça mundial, e o promotor espanhol Gonzalo Boyé usará alguns como prova para sustentar sua causa de crimes contra a humanidade.

Há um fichário para os 48 membros da família Samuni mortos na ofensiva de Gaza, e outro para os seis membros da família Abu Halima queimados por ogivas de fósforo branco. Há um para os 11 membros da família do líder do Hamas Nizar Rayan, cuja casa foi destruída por um ataque aéreo israelense. Há uma pasta para os que foram mortos na academia de polícia Arafat. E outro para a família de Amir Al-Daya.

Amir Al-Daya, 28, é o único membro de uma família de 23 pessoas que sobreviveu ao bombardeio da casa de seus pais. Entre os mortos estavam seus pais, três irmãos, três cunhadas, duas irmãs e 12 sobrinhos e sobrinhas. Al-Alami mostra algumas das fotos do arquivo. Uma delas mostra a cabeça de uma criança no meio dos destroços, com os olhos abertos, membros separados do corpo. Não restou nada das vítimas, e Al-Daya encontrou partes do corpo de sua mãe a até 100 metros dali.
“Minha família simplesmente desapareceu”, diz Al-Daya, um homem corpulento com rosto de menino.

O destino de sua família é um dos primeiros casos que Gonzalo Boyé planeja levar a Madri. Al-Daya, o único sobrevivente, deposita suas esperanças no tribunal europeu. Ele também sabe que pode levar anos – se isso de fato acontecer – antes que um veredicto seja pronunciado.

Em seu relatório final, o Exército israelense comentou sobre a morte da família de Al-Daya. O piloto, diz o relatório, havia recebido coordenadas incorretas. Em vez de atingir o alvo almejado, um depósito, a bomba atingiu a casa dos Al-Daya. Em outras palavras, foi um “erro técnico”, nada mais.

Tradução: Eloise De Vylder


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Velupillai Prabhakaran, líder da LTTE

“It has been revealed that the LTTE supremo, Velupillai Prabhakaran, has been killed owing to the attacks of the advancing troops today, in the morning

Segundo vários jornais, o líder da LTTE, Velupillai Prabhakaran morreu durante os ataques finais do exército Cingalês contra o povo Tâmil e a LTTE.

Sri Lanka ha puesto fin a 26 años de guerra civil contra los Tigres de Liberación de la Tierra Tamil (LTTE). El jefe del Alto Estado Mayor del Ejército, general Sarath Fonseka, ha confirmado la muerte del fundador de la guerrilla -a quien los tigres veneraban como a un dios-, Velupillai Prabhakaran, y de sus dos comandantes más cercanos, cuando trataban de huir del último kilómetro de tierra en que se habían atrincherado. “Hemos liberado todo el país”, ha declarado Fonseka tras anunciar la derrota total de los LTTE.

La muerte de Prabhakaran se ha difundido de inmediato a través de SMS por toda la isla y entre la extensa comunidad tamil de India, cuyos líderes llegaron a pedir al Gobierno durante la pasada campaña electoral que invadiera Sri Lanka e impidiera que el Ejército cingalés siguiera “matando civiles tamiles indiscriminadamente”.

Não é surpresa que a população Tâmil do estado indiano de Tamil Nadu, tenha se desesperado com a morte de seu líder e da destruição do exército que por anos a fio financiaram e depositaram as esperanças de um pátria independente.

Pelas informações que lemos nos jornais internacionais é fácil notar que o medo de um genocídio ainda maior não é injustificado.

According to United Nations data, 7,000 civilians have died in the conflict. International rights groups have accused the military of shelling the rebels in the war zone, killing large numbers of civilians who were being used as human shields. The government has denied the allegation.

Não é surpresa também que a China e a Rússia tenham se colocado contra qualquer discussão ou solução apra o conflito na ONU. Ambos tem questões internas de separatismo e nacionalismo para se preocupar, o primeiro massacra e acultura Tibetanos e Uigures e o segundo os mais de 50 povos que vivem em seu interior, como mostrei aqui e aqui.

China y Rusia han impedido hasta ahora que el Consejo de Seguridad de Naciones Unidas abordara la cuestión de Sri Lanka. Ambos países, con derecho de veto y buenas relaciones con el Gobierno de Colombo, consideraban la guerra “un asunto interno“.

Interessa à China não levantar a questão dos direitos humanos e do genocídio visto que pratica os mesmos atos internamente e não interessa à Rússia levantar as mesmas questões, basta nos lembrarmos da Chechênia, Ingushétia e etc…

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Como mostrei aqui, os protestos continuam pelo mundo, agora (ou novamente) em Londres.

Protesto em frente ao Parlamento Britânico

Tamils and their supporters demonstrating outside Britain’s parliament on Monday refused to believe that Sri Lanka’s long civil war was over or that separatist Tamil Tiger rebels were defeated.

“It’s not true, no way,” Sri Lankan-born Jey Moorthy, 23, said of Sri Lanka’s declaration of total victory in one of the world’s most intractable wars.

Police said 2,000 people took part in a noisy demonstration in central London calling for a ceasefire and help for civilians caught up in the conflict.

The protesters, some waving red Tamil flags or wearing fake bloodied bandages, sat down in a major intersection outside parliament, disrupting traffic.

They blocked a road leading to a key bridge over the River Thames, trapping buses and cars in the crowd. Scores of yellow-jacketed police officers faced the protesters, but police said the protest was peaceful and there were no arrests far.

Moorthy, who said he was “proud to say I’m a Tamil Tiger,” did not believe a Sri Lankan state television report that rebel leader Vellupillai Prabhakaran had been killed.

“I don’t think my leader (is) dead,” he said. Even if he was killed another leader would emerge in his place, he said. “It’s going to continue. We are not going to leave it like this.”

The United States, the European Union and India regard the rebel Liberation Tigers of Tamil Eelam as a terrorist group.

Samsunnisa Noorhul-Halim, 25, born in London to South Indian Tamil parents, said the war was “never ever over” and the Tamil Tigers were never defeated.

“I do want peace, don’t get me wrong, there’s a lot of people that have suffered from this, but at the same time … it’s (about) human dignity,” she said. “There’s civilians there who are trapped. There’s innocent people who are being killed.”

Indra Poopalapillai, 34, a Tamil, accused the Sri Lankan government of telling lies. The Tamil Tigers were not finished, he shouted emotionally, adding: “They are coming back again.”

While the London protesters demanded action from Britain, demonstrators in Colombo threw rocks at the British High Commission and tossed a burning effigy of Foreign Secretary David Miliband inside. Miliband is seen in Sri Lanka as sympathetic to the pro-rebel lobby.

Sri Lanka President Mahinda Rajapaksa assured British Prime Minister Gordon Brown in a phone conversation on Monday the United Nations and other international agencies would have access to people who fled the conflict, Brown’s spokesman said.

Em Paris também houveram protestos, segundo a Reuters.

Protesto próximo ao Grand Palais, Paris

Supporters of Liberation Tigers of Tamil Eelam (LTTE) stage a protest near the Grand Palais (in background) in Paris, May 18, 2009. Sri Lanka declared total victory on Monday in one of the world’s most intractable wars, after killing the separatist Tamil Tigers’ leader Vellupillai Prabhakaran and taking control of the entire country for the first time since 1983. Special forces troops killed Prabhakaran as he tried to flee the war zone in an ambulance early on Monday, state television reported.


Paris

Fotos: Reuters

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Protesto em Washington

No Sri Lanka a guerra não para, ou melhor, o Genocídio não para. Como de costume, a ONU, atrasada, irá discutir em seu Conselho de Segurança a situação da região. Espera-se algo como na Guerra Civil de Ruanda: Nada.

Silêncio, desculpas esfarrapadas, votações adiadas ou ineficazes e o povo Tâmil continuamente massacrado com as potências fingindo se preocupar.

“O Conselho de Segurança (CS) da ONU pediu nesta quarta-feira, 13, ao governo do Sri Lanka que cumpra o compromisso de parar de bombardear com artilharia pesada o reduto dos Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (LTTE) no nordeste do país, no qual ficaram presos dezenas de milhares de civis. “O Conselho de Segurança expressa profunda preocupação com as denúncias do uso contínuo de artilharia pesada em zonas com uma alta concentração de civis, e espera do Governo do Sri Lanka que cumpra seus compromissos nesta matéria”, disse o presidente rotativo do órgão, o embaixador russo Vitaly Churkin. “

O que significa, basicamente, dizer para quem desrespeita as leis internacionais e convenções mais básicas, que devem respeitar um comrpomisso sem qualqeur validade. É esperar palavra de cavalheiro de bárbaros.

O CS se limita, como sempre, a “expressar profunda preocupação”. Traduzindo: “Por favor, matem mas com menos publicidade, não queremos/iremos nos meter”.

E, com osempre, resolveram piorar. O govenro comete há décadas um gneocídio contra os Tâmeis, a LTTE, apesar de todas as suas falhas, naceu para combater estes abusos e o que recebe em troca?

“O embaixador russo expressou a condenação do Conselho “aos atos de terrorismo” dos LTTE, assim como ao uso de civis como “escudos humanos”, e reconheceu o “direito legítimo” do governo de combater o terrorismo.”
“É uma declaração equilibrada na qual se aborda as dificuldades enfrentadas pelo governo cingalês em sua luta contra o terrorismo”

LTTE é terrorista, os cingaleses tem o direito de se defender, pobre govenro cingalês e etc…

Tornam vítimas os algozes.

E a situação permanece igual, ou piora apenas.

Aliás, o pobre exército Cingalês continua sua moda de atacar hospitais – mas eles estão só sedefendendo do Terrorismo!

“Bombas atingiram o único hospital da zona de guerra ao norte do Sri Lanka hoje, matando pelo menos 50 pessoas, no segundo ataque do tipo em dois dias, disse o doutor Thurairaja Varatharajah, o principal agente de saúde no local. As equipes de saúde da instalação provisória dizem que usam as pequenas brechas entre as explosões para atender os pacientes, mas têm pouco a oferecer além de gaze e faixas. Foi o terceiro ataque neste mês ao hospital, ocorrido pouco tempo após os bombardeios do último final de semana que mataram cerca de mil civis. Ontem, bombas explodiram no local de admissão de pacientes, matando 49 pessoas.”

Mil civis assassinados pelo exército de Sri Lanka em um dia, um hospital com 49 civis ontem outro hospital cm 50 civis hoje…. Mas é só pela defesa do país! Terríveis terroristas Tâmil!

O site pró-rebeldes http://www.TamilNet.com e um médico do governo na zona de guerra, cuja segurança pessoal depende dos Tigres, disseram que ao menos 38 pessoas morreram num ataque contra uma clínica médica improvisada.

Os militares classificaram a notícia como falsa.

Realmente, a Cruz Vermelha e o médico do governo do Sri Lanka devem ser mentirosos… O exército não mata ninguém!

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