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Archive for janeiro \31\Europe/Madrid 2010

Manifestação Contra o Aumento da Tarifa do Ônibus!!!

Quinta, 04.02.10

Concetração – 16h30   Saída – 17h30

Teatro Municipal (São Paulo) – Próx. ao Metrô Anhangabaú

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barraroaumento.org

twitter.com/barraroaumento

Rede Contra o Aumento da Tarifa

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Transcrevo rapidamente os pontos abordados na reunião pós-Atos em defesa do PNDH-3 que ocorreu no dia 21 de janeiro de 2010 na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo – e, desta vez, sem invasão da PM!

A última reunião do Fórum Permanente de Defesa do PNDH3 em SP contou com a presença de mais de 20 representantes de movimentos sociais, além de membros da sociedade civil, blogueiros e “tuiteiros” como @Guttto, @Mariana_Parra e este que aqui escreve (que também foram apresentar e buscar apóio ao Beijaço).

As organizações presentes eram as mais diversas. Contamos com a presença do MST, Passa Palavra, ACAT-Brasil, Observatório das Clínicas, MNDH/SP, ANAPI, Núcleo de DH-PSOL, PCR, UPES, UEE, Marcha Mundial das Mulheres, Ciranda, Grupo Tortura Nunca Mais/SP, Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CONDEPE/SP), UNE, PT, Núcleo de Memória Política, Sindicato dos Jornalistas, Sindicato dos Psicólogos, Fórum de Ex-Presos Políticos, Observatório das Violências Policiais, Movimento Negro, Federação dos Aposentados e Pensionistas

Podemos enumerar os pontos debatidos.

– Consolidar o Fórum Permanente de Defesa do PNDH3 aqui em São Paulo; em torno das diretrizes que já conseguimos chegar até aqui: Defesa da Democracia, dos Direitos Humanos e da Verdade;

– Defesa integral do PNDH-3, respeitando-se, porém, as diferenças setoriais;

– Mantermo-nos em permanente debate e acompanhamento da conjuntura e dos ataques da direita para que possamos atuar, não só em função do calendário que está sendo organizado pelos diversos movimentos, mas também promovendo ações quando necessário… Foi dada muita ênfase no papel crucial que a comunicação desempenha nesse sentido, e das mobilizações setoriais e locais em torno das temáticas – gerais e específicas – do PNDH3.
– Buscar fazer articulação com os outros estados que também estão organizando-se pela defesa do PNDH 3 (já foram formados fóruns permanentes em PE, RS, MG, GO e CE);

– Dar publicidade às vitórias conquistadas em relação à luta em defesa do PNDH-3 e o acúmulo de forças conseguido (Atos, manifestos, manifestações, etc)

– Faz-se necessário aprimorara estratégia de comunicação do grupo como um todo, dando especial atenção à internet como espaço propício e amplo de debates, discussões e divulgação;

– Devemos nos inserir em um Calendário de Mobilização todos os atos, fórums, protestos e manifestações pertinentes, buscando manter sempre vivo o debate e a defesa em torno do PNDH-3 e as próximas ações seriam:

1. Beijaço de 7 de fevereiro (São Paulo)
2. FSM (RS e BA) – em mesas, com panfletos e eventuais bancas
3. Fórum Mundial de Educação de 26 e 27 de fevereiro (Osasco)
4. Manifestações de 8 de março (todo país)
5. Manifestações de 17 de abril (todo o país)

6. 13 de Maio – Dia da Falsa Abolição
7. Atos de Solidariedade ao Haiti

8. Encontros e Conferências de Cultura, Comunicação etc;
8. Hora do Planeta de 27 de março entre 20:30 e 21:30 (mundial)
…dentre outros
– Reforçar as petições (Carta de São Paulo e petição contra a Anistia dos Torturadores);

– Foi lembrada a necessidade de solidariedade com o Haiti e mostrar os paralelos com o genocídio que ocorre todos os dias contra os negros do Brasil;

– Distribuir panfletos, montar barracas, conversar com o povo para conscientizar e combater a mídia golpista;

– Ficar de olho na agenda Parlamentar que tem pela frente votações polêmicas de temas relacionados ao PNDH, como a CPI do MST e o projeto sobre Homofobia;

– Exigir dos candidatos que concorrerão às próximas eleições que assinem o manifesto em defesa do PNDH e que se comprometam a defender o Programa. Os que se opuserem devem ser denunciados como inimigos dos Direitos Humanos;

– Realizar julgamentos simulados com a população tanto de Torturadores, como da ADPF 153 que está tramitando no STF e irá definir a extensão da Lei da Anistia ;

– Defender a Comissão da Verdade e da Justiça; e avaliar a possibildiade de fazer uma Comissão de Verdade e Justiça tocada fundamentalmente pelos movimentos sociais e pela sociedade civil

– Chamar Serra para o debate, incluindo o Plano Estadual de Direitos Humanos, não permitir que o governador saia pela tangente, especialmente depois deste ter impedido a realização do Congresso de Direitos humanos estadual ao encher o espaço reservado aos delegados convidados pelo governo de militares buscando intimidar a militância e esvaziar o congresso.

– Dar continuidade e permanecer atento ao desdobramentos do caso de invasão da Polícia no nosso ato no sindicato dos jornalistas;
– Avaliar a possibildiade de nova atividade específica de debate/defesa do PNDH-3, e eventual desagravo ao Paulo Vannuchi – a quem foi reiterada a solidariedade, porém desde que pensada as melhores formas de se fazer isso – acompanhando toda a conjuntura e clima político.
– Reforçar o apoio e divulgação da Caravana da Anistia;
– Permanecer atento, mobilizado e solidário às lutas dos familiares de vítimas atuais da polícia e contra o genocídio da juventude negra nas periferias do país; bem como à situação dos moradores de bairros periféricos atingidos por enchentes e outras calamidades (como a região da represa Billings e do Grajaú, bem como das várzeas do Tietê).

– AO FIM DOS TRABALHOS foi criado um Grupo de Trabalho de Articulação (GTA) para preparar a síntese das discussões, para debater e propiciar a criação de uma plataforma online para discussão e divulgação das propostas do fórum permanente (inicialmente um blog e lista de e-mails) para, enfim, tornar factível a organização e nossa comunicação.

Compõe o GT Marcelo Zelic (GTNM), Danilo Dara (colaborador do PassaPalavra), Mirian Giannella (Militante de Direitos Humanos), Vilma Amaro (GTNM), Nelson Martinez (Federaçãodos Aposentados e Pensionistas) e Raphael Tsavkko (Blogueiro).

O BLOG ATUAL DO FÓRUM PERMANENTE JÁ ESTÁ CRIADO: http://www.defesadireitoshumanos.blogspot.com/

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Once again, a political leader of the village of Bil’in has been arrested without any decent reason but the one to prestes for the rights of it’s people. Mohammed Al Khatib is one of the main leaders of the pacifist movement in the West Bank and now he’s in some Israeli filthy jail.

With information from the Bil’in Popular Committee:

Mohammed Al Khatib Bilin Popular Committee Member Arrested
 28.1.10
Mohammed Al Khatib from the Bil’in Popular Committee was arrested in his home early Thursday morning around 1.30 am. Soldiers entered his home and confiscated papers, check receipts, cell phones and things related to popular demonstration. After his arrest, soldiers returned to the house to continue their search, his wife and four children as well as other family members were also at home. The search lasted for approximately one hour. International activists and independent media were present outside the house, but soldiers agressively kept them at a distance and attempted to prevent them from documenting the events. One immigration officer as well as a police officer were also present and threatened the international observers with arrest. No other arrests were made. This is part of the late 2009 – early 2010 wave of intensified Israeli miltary violence against non-violent popular demonstrations. There have been weekly arrests and constant harassment of activists and organizers of the demonstrations against Israel ‘s Apartheid wall and illegal settlements.
For more information contact:

  D. Rateb Abu Rahmeh – Member of the Popular Committee Against the Wall and settlement \ Bil’in 0597117673 saborahmeh42@yahoo.com


 More comprehensive information:

Mohammed Khatib, Coordinator of West Bank Coordination Committee Arrested

28/01/2010

Popular Struggle Coordination Committee
In the highest profile arrest of the recent wave of repression against West Bank popular struggle, Israeli soldiers arrested Mohammed Khatib today before dawn. Khatib is a member of Popular Committee against the Wall and Settlement in the West Bank village of Bil’in and the coordinator of the Popular Struggle Coordination Committee.
At a quarter to two AM tonight, Mohammed Khatib, his wife Lamia and their four young children were woken up by Israeli soldiers storming their home, which was surrounded by a large military force. Once inside the house, the soldiers arrested Khatib, conducted a quick search and left the house.
Roughly half an hour after leaving the house, five military jeeps surrounded the house again, and six soldiers forced their way into the house again, where Khatib’s children sat in terror, and conducted another, very thorough search of the premises, without showing a search warrant. During the search, Khatib’s phone and many documents were seized, including papers from Bil’in’s legal procedures in the Israel High Court.
The soldiers exited an hour and a half later, leaving a note saying that documents suspected as “incitement materials” were seized. International activists who tried to enter the house to be with the family during the search were aggressively denied entry.
Mohammed Khatib was previously arrested during the ongoing wave of arrests and repression on Augst 3rd, 2009 with charges of incitement and stone throwing. After two weeks of detention, a military judge ruled that evidence against him was falsified and ordered his release, after it was proven that Khatib was abroad at the time the army alleged he was photographed throwing stones during a demonstration.
Khatib’s arrest today is the most severe escalation in a recent wave of repression again the Palestinian popular struggle and its leadership. Khatib is the 35th resident of Bil’in to be arrested on suspicions related to anti-Wall protest since June 23rd, 2009.
The recent wave of arrests is largely an assault on the members of the Popular Committees – the leadership of the popular struggle – who are then charged with incitement when arrested. The charge of incitement, defined under Israeli military law as “an attempt, whether verbally or otherwise, to influence public opinion in the Area in a way that may disturb the public peace or public order,” is a cynical attempt to punish grassroots organizing with a hefty charge and lengthy imprisonments. Such indictments are part of the army’s strategy of using legal persecution as a means to quash the popular movement.
Similar raids have also been conducted in the village of alMaasara, south of Bethlehem, and in the village of Ni’ilin – where 110 residents have been arrested over the last year and half, as well as in the cities of Nablus, Ramallah and East Jerusalem.
Among those arrested in the recent campaign are three members of the Ni’ilin Popular Committee, Sa’id Yakin of the Palestinian National Committee Against the Wall, and five members of the Bil’in Popular Committee – all suspected of incitement.
Prominent grassroots activists Jamal Jum’a (East Jerusalem) and Mohammed Othman (Jayyous) of the Stop the Wall NGO, involved in anti-Wall and Boycott, Divestment and Sanctions campaigning, have recently been released from detention after being incarcerated for long periods based on secret evidence and with no charges brought against them.

For more details: +972546327736 | media@popularstruggle.org


And also from Ynet:

Bilin councilman arrested after predicting another intifada

28/01/2010



by Ali Waked
Leader of protests against West Bank security barrier arrested hours after telling Ynet, ‘We’re positive 2010 will see us beat the occupation
Muhammad Khatib, considered by many the leader of the Palestinian protests against the construction of the West Bank security barrier, was arrested overnight Thursday by the IDF just hours after telling Ynet, “We are on the eve of an intifada.”
During Wednesday’s interview Khatib, a senior Bilin village councilman, said, “The resistance will spread, like it did in the (1987) Intifada, but this one will be much more creative.
“We’re positive 2010 will see us beat the occupation. We see it in the fact that the Israeli military is nervous about the fact that it can’t curb (the protest),” he told Ynet.
Khatib’s family members said soldiers arrived at their Bilin home at 1:45 am and arrested him following a search of the residence. They said the soldiers did not present a search warrant, and confiscated a cell phone and documents the troops claimed were possibly inciting.
Khatib was arrested a few months ago and was released by a military judge two weeks later. The prosecution claimed he was photographed throwing stones at security forces, by Defense Attorney Gabi Lasky proved Khatib was abroad when the rally in question was staged.
Members of the anti-separation fence committee allege that Israel has hardened its policies against rioters arrested in the West Bank in order to “break the resistance”.
Left-wing activist Yonatan Pollak said he believed Khatib was arrested due to the interview with Ynet.

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Chega uma hora em que não é mais possível aguentar sem se manifestar, mesmo que a pena seja o Batalhão de Choque, balas e bombas, como aconteceu na Zona Sul, numa das inúmeras favelas e áreas pobres alagadas em São Paulo. Por lá, aliás, os protestos foram de grandes proporções.

E, como é de se esperar, àqueles que protestam são criminalizados e assediados.

Moradores do Jardim Romano, na Zona Leste, região alagada há mais de um mês e vítima do sanitarismo do prefeito Aquassab e de seu pai, Zé Alagão e suposto governador desta nau à deriva.

Hoje, por volta das 11h da manhã, os Movimentos Terra Livre e MULP- Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal, invadiram a sede da Subprefeitura de São Migual Paulista, na Zona Leste de São Paulo para exigir uma ação concreta do governo em relação ao estado de verdadeira calamidade em que se encontra a região do Jardim Romano e entorno.

São pelo menos 48 dias de alagamento sem que nenhuma solução seja encontrada – na verdade, os responsáveis tanto pelo alagamento inicial quanto a persistência do mesmo tem nome e sobrenome – ou sequer tentada. Comportas prontas para alagar a região de pantanal, bombas que poderiam melhorar a situação desligadas, nenhum tipo de drenagem ou limpeza no local e apenas algumas visitas do prefeito – vaiado e quase atacado – e só.

Situação de mais completo abandono e descaso.

Mas agora a reação popular se fez presente e, mesmo sem nenhuma atenção da mídia, resolveu se manifestar e realizar primeiro bloqueios e agora invadir um dos centros de poder na tentativa de se fazerem ouvidos e de serem considerados cidadãos, independentemente de sua classe ou condição social.

A política de isolamento e confronto do governo municipal e estadual é claro. Na linguagem comum seria o “mandar os baianos de volta pras suas terras”, expulsar a população pobre e, no lugar, criar empreendimentos para as elites, parques e afins.

Retomo o que disse em post anterior e que causou certa polêmica: Nos preocupamos com o Haiti e nos esquecemos completamente de que nossos vizinhos sofrem da mesma forma. Precisamos ajudar o Haiti, mas também precisamos olhar para o lado e não permitir que milhares de pessoas sejam vítimas de punição coletiva por parte dos governos (sic) regional e local.

Moradores protestam contra alagamentos na Zona Leste de SP

Informe: Há 48 dias que o Pantanal da Zona Leste da cidade de São Paulo
está inundado. 26-01-2010 – Terra Livre/SP

A inundação não teve causa natural, ocorreu por ação do governo Serra. Entre os dias 08 e 10/12/2009 as comportas da barragem da Penha foram fechadas inundando com esgoto todas as Vilas acima da barragem, atingindo cerca de 5.000 famílias.

Agora em 24/01/2010 cerca de 8.000 famílias tiveram suas casas inundadas e perderam quase tudo, graças à abertura das comportas das barragens do Alto Tietê. Estas inundações fazem parte da
estratégia de Serra para desocupar a várzea e construir “O maior Parque Linear do Mundo”. Nesse período, os moradores vêm fazendo manifestações e exigindo providências por parte do governo. Serra e Kassab oferecem uma bolsa aluguel de R$ 300,00 por 6 meses, o que é rejeitado pelos moradores. O Terra Livre e o MULP- Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal entraram com reclamação no Ministério Público Estadual e na Defensoria Pública contra o governo do estado e contra a prefeitura.

Hoje 26/01/2010 foram bloqueadas duas avenidas, uma no Jd. Pantanal e outra na Chácara Três Meninas. Em ambas as manifestações a quantidade de policiais foi enorme. Na primeira, dois companheiros nossos foram detidos e 3 horas depois foram liberados. Ontem no Jd. Romano houve manifestação com
bloqueio de ruas, à noite a polícia agrediu 4 jovens que preparavam a manifestação de hoje. Entenda a situação A várzea do Tietê começou sua ocupação pelas empresas Nitroquímica, Matarazzo e etc, logo após veio o Estado com as vias férreas, Rodovia Airton Sena, Estação de Tratamento de Esgoto, bairro Jd. Lapena. Por volta de 1986 começou a ocupação por moradia de baixa renda. Hoje o Pantanal é uma ocupação com cerca de 20.000 famílias. O governo Serra anunciou no início de 2009 a construção
de um parque linear com a construção de vias marginais de São Paulo a Salesópolis. Para isso retiraria cerca de 5.000 famílias.

Na época, houve resistência e manifestações por parte da população. Todos segmentos
do movimento popular da região uniram-se para resistir aos ataques do governo, sendo elaborada uma pauta comum, que trazia como exigência: a construção de uma moradia, antes da retirada de outra moradia, sem custos às famílias. Agora, aproveitando o período de chuvas, o governo programou a inundação de toda a área matando cerca de 10 pessoas,causando dor e sofrimento a milhares de famílias.

Marzeni e Thais – Militantes do Terra Livre/SP e MULP [Movimento de Legalização e
Urbanização do Pantanal da Zona Leste]

TERRA LIVRE – movimento popular do campo e da cidade
Conatos: secretaria@terralivre.org e sp@terralivre.org
http://www.terralivre.org
blog.terralire.org

***
Cabe, ainda no espírito, reforçar a denúncia feita pelo MST da prisão de nove militantes do movimento em Iaras, interior de São Paulo.

Estas atitudes de franca criminalização dos movimentos sociais demonstram a necessidade ainda mais urgente de se defender integralmente e em caráter de urgência o PNDH-3, que nada mais é que o maior avanço que os movimentos conseguiram até hoje, depois de anos de luta.

O governo precisa sem pressionado fortemente, pois já andou para trás em casos chave como a Comissão da Verdade que foi mutilada em um de seus principais princípios, o da justiça, e agora a ameaça de retrocesso na questão do aborto, que revolta não só às feministas mas à todos que compreendem como direito da mulher o uso de seu corpo da forma como bem entenderem.

As pressões da direita, de ruralistas, da igreja, dos falsos moralistas que apenas se escondem sobre este manto se fazem ouvir através da mídia, dos jornalões, dos canais de TV e da maioria do congresso. Enfim, cabe à sociedade e aos movimentos sociais pressionar e se fazer ouvir pelo governo que vive uma eterna disputa, que vive eternamente infiltrado por elementos da direita mais reacionária.

Se esperarmos unicamente pela boa vontade do governo, o resultado será o retrocesso dos pontos mais polêmicos e mais relevantes do PNDH-3 e a continuação da violência e da repressão, como no exemplo abaixo, das prisões absurdas dos membros do MST pela sua luta por terra.e dignidade.

Foi convocada uma reunião para discutir a recente repressão.

A reunião chamada inicialmente pela CPT e engrossada por várias entidades acontecerá amanhã, dia 29, sexta-feira, às 15h, na Pastoral Operária – rua Venceslau Braz, 78 – centro – próximo à praça da Sé, em SP.

No dia 3 de fevereiro, acontecerá audiência pública na Câmara Municipal de Bauru.

NOTA URGENTE DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM-TERRA DE SÃO PAULO (MST-SP)

CRIMINALIZAÇÃO

Nove militantes do MST são presos em Iaras-SP

MST-SP

26/01/2010

Na manhã desta terça-feira (26/01) recebemos, com extrema preocupação, a informação de que desde o final da tarde de ontem a polícia está fazendo cercos aos assentamentos e acampamentos da reforma agrária na região de Iaras-SP, portando mandados de “busca, apreensão e prisão”, com o intuito de intimidar, reprimir e prender militantes do MST. Neste momento já estão confirmadas a detenção de 9 militantes assentados e acampados do MST, os quais se encontram na Delegacia de Bauru-SP. No entanto, há a possibilidade de mais prisões e outros tipos de repressão.

Os relatos vindos da região, bastante nervosos e apreensivos, apontam que os policiais além de cercarem casas e barracos, prenderem pessoas e promoverem o terror em algumas comunidades, também têm apreendido pertences pessoais de muitos militantes – exigindo notas fiscais e outros documentos para forjar acusações de roubos e crimes afins. A situação é gravíssima, o cerco às casas continua neste momento (já durando quase um dia inteiro), e as informações que nos chegam é que ele se manterá por mais dias.

Nossos advogados estão tentando, com muita dificuldade, acompanhar a situação e obter informações sobre os processos – pois a polícia não tem assegurado plenamente o direito constitucional às partes da informação sobre os autos e, principalmente, sobre as prisões . No entanto, é urgente que outros apoiadores Políticos, Organizações de Direitos Humanos e Jornalistas comprometidos com a luta pela reforma agrária e com a luta do povo brasileiro divulguem amplamente e acompanhem mais de perto toda a urgente situação. A começar pelas pessoas que vivem na região de Iaras-SP, Bauru-SP e Promissão-SP.

Situações como esta apenas reforçam a urgência da criação de novos mecanismos de mediação prévia antes da concessão de liminares de reintegração de posse, e de mandados de prisão no meio rural brasileiro – conforme previsto no Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3) -, com o intuito de diminuir a violência contra trabalhadores rurais.

No caso específico e emergencial de Iaras-SP, tal repressão é o aprofundamento de todo um processo de criminalização e repressão que foi acelerado a partir da repercussão exagerada e dos desdobramentos políticos ocorridos na regional de Iaras-SP por ocasião da ocupação da Fazenda-Indústria Cutrale, em outubro de 2009. O MST reivindica há anos para a reforma agrária aquelas áreas do Complexo Monções, comprovadamente griladas da União por esta poderosa transnacional do agronegócio. Ao invés de se acelerar o processo de reforma agrária e a democratização do uso da terra, sabendo-se que naquela região do estado de São Paulo há milhares de famílias de trabalhadores rurais que precisam de um pedaço de chão para sobreviver e produzir alimentos, o que obtemos como “resposta” é ainda mais arbitrariedade, repressão e violência .

O MST-SP reforça o pedido de solidariedade a todos os lutadores e lutadoras do povo brasileiro comprometidos com a transformação do país numa sociedade mais justa e democrática, e de todos os cidadãos e cidadãs indignadas com a crescente criminalização da população pobre e de nossos movimentos sociais pelo país. Não podemos nos intimidar nem nos calar diante de tamanho absurdo!

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Conversando com minha mãe hoje, criei o ânimo que precisava para escrever este artigo que, para muitos, pode parecer politicamente incorreto.

No telefone, minha mãe me liga revoltada falando de algo que viu no Derby, na frente do Quartel do exército, não longe da Ilha do Retiro, estádio do Sport Recife.

O quartel, assim como batalhões e delegacias da PM estão recolhendo donativos para serem enviados ao Haiti, entre roupa, alimentos e o que mais for. Nada contra isto, muito pelo contrário. O grande problema é que, do lado, observando tudo, tinham diversos miseráveis, pobres passando fome e necessidade observando tudo sem poder fazer absolutamente nada, ou, ainda pior, observando tudo e sabendo que tudo aquilo ia para um país distante do qual nunca ouviram falar enquanto as pessoas que passam ou passavam na rua apenas os olhavam como lixo, como um estorvo e nada faziam para ajudá-los.

Cenas como esta já cansei de ver também. Mobilização maciça em prol do Haiti mas nenhum esforço para salvar os nossos. Longe de mim criticar a ajuda ao Haiti em si, ela é necessária e bem-vinda, o problema é quando nos esquecemos do que acontece do nosso lado. Nos sensibilizamos com o sofrimento distante mas o mesmo não acontece com o sofrimento de quem está aqui do nosso lado, que vive numa eterna situação de catástrofe.

O Haiti foi atingido por um terremoto, os nossos pobres e miseráveis são atingidos pelo descaso dos órgãos públicos e pela invisibilidade frente à sociedade. Me surpreende que possamos nos sensibilizar e nos organizar para ajudar os necessitados à milhares de quilômetros, mas sejamos incapazes de fazer um quinto deste esforço aqui do nosso lado: Em nossa cidade, bairro ou mesmo esquina.

Eu sinto a mesma… Revolta? Não sei se seria este o nome correto, pois compreendo e apoio que o Brasil tome a frente no processo de reconstrução do Haiti e, mais importante, no salvamento e apoio às vítimas imediatas da catástrofe, mas, da mesma forma, fico indignado com o descaso que vemos aqui do nosso lado.

No Brasil tivemos inúmeras catástrofes causadas pelas chuvas e, ao contrário do Haiti, raramente vimos ajuda militar e muito menos disposição do governo para reconstruir o que havia sido destruído. Na verdade, os que perderam tudo terão que usar seus fundos de garantia, seu próprio dinheiro ou algum outro meio milagroso para recomeçar suas vidas. Onde está o governo para ajudar os seus em uma hora dessas?

Mas voltando ao foco central, eu fico vendo tanto dinheiro indo facilmente para o Haiti mas nem uma pequena porcentagem deste indo para resolver o nosso problema de fome e miséria. E isto faz falta.

Enfim, a questão aqui não é criticar a ação no Haiti – que está correta -e sim tentar entender, se indignar acima de tudo, o porque de tanta boa vontade com o povo haitiano e o total desprezo para com o povo brasileiro.

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ATO PÚBLICO CONTRA O AUMENTO DA TARIFA

25/01 (Segunda) – aniversário da cidade

EM FRENTE A SALA SÃO PAULO 

(R. Mauá, 51 Próximo a Estação Luz)

A PARTIR DAS 16H

Com concetração às 15h30

Contra o aumento nos transportes em São Paulo!
Toda cidade para todos
Rede Contra o Aumento da Tarifa




Enquanto a tarifa de ônibus aumenta, a cidade está em baixo d´água, e
comunidades pobres são expulsas de suas casas por desculpas ambientais,
os donos da cidade que decidem onde podemos ou não circular, morar,
estudar festejam na luxuosa Sala São Paulo!

Muito dinheiro público foi gasto na Sala São Paulo para dar mais um local
de cultura aos ricos. Enquanto isso, Kassab aumenta a tarifa do ônibus, o
Serra anuncia o mesmo para a CPTM, o Metrô e a EMTU, e os dois se unem
para, além de impedir que circulemos pela cidade, também nos expulsar
dela, com remoções criminosas de comunidades pobres.

Kassab e Serra pensam que essa cidade é deles e de seus amigos
financiadores: nós dizemos que não!

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Trago novamente à tona um assunto que, por motivos óbvios, me interessa bastante: A Praça Roosevelt.

Hoje, conversando com alguns comerciantes e moradores vi que existe de fato um medo tremendo de que a Praça volte a ser o que era há alguns anos, um lugar abandonado, sem vida, perigoso.

Pelo que eu pude apurar, o prefeito (sic) Kassab proibiu a colocação de mesas nas ruas da praça depois que um grupo de cerca de 40 moradores entregou ao ministério público um abaixo-assinado exigindo que o barulho proveniente dos bares e teatros tivesse fim, ou seja, que as mesas fossem proibidas.

Isto, por si só fez com que a frequência diminuisse bastante. Somem também a tentativa de assassinato do Bortolotto e o assassinato de um mendigo na praça em plena luz do dia e teremos um quadro bastante desanimador.

Segundo ouvi, a frequência média está mais de 40% abaixo do normal para esta época do ano. Fevereiro, na verdade, será o divisor de águas, pois os teatros reabrirão – e não só seus bares e bares vizinhos – e veremos o quanto a praça foi prejudicada tanto pelo egoísmo de 40 indivíduos insatisfeitos quanto pela polícia absurda e criminosa dos governo estadual e municipal de espalhar a cracolândia (ao invés de prestar auxílio e atendimento), de fechar albergues no centro, de marginalizar e criminalizar os movimentos sociais e os moradores de rua da região.

Sobre estes 40 indivíduos, pelo que também apurei, o “cabeça” é alguém que tem forte birra com o teatro Parlapatões e que, em sua vontade de se vingar – seja lá porque razão – acabou prejudicando todos os demais estabelecimentos da rua e ainda convenceu outras pessoas a participarem de seu joguinho inconsequente.

Minha revolta é ainda maior porque apenas 40 pessoas (vejam que só no prédio onde moro são 96 apartamentos, imaginem quantos não moram em toda a Praça e entorno!) foram responsáveis por prejudicar centenas, quiçá milhares. Aumentou a insegurança e o medo de que tudo acabe.

É um absurdo que prevaleça a vontade de 40 pessoas frente à todos os demais moradores e frequentadores, que poucos egoístas consigam destruir o que muitos levaram anos para construir.

Os teatros não sobrevivem sem os bares e estes, por sua vez, não sobrevivem com cortes tão grandes em seu faturamento e com a frequência tão baixa.

Violência, egoísmo, péssima administração, vingança pessoal. tudo isto está transformando a Praça em uma área perigosa.

Quanto à prometida – e como toda promessa de político, não cumprida – reforma da Praça, só boatos. Kassab diz que a reforma vai sair – ele e Serra dizem o mesmo há anos -, que o tal financiamento está em vias de ser liberado, que a licitação está sendo escrita e blablabla.

Mais de uma vez a reforma começou e parou – deixando a situação pior do que antes.

A limpeza que acontecia na praça de vez em quando, para evitar acúmulo de lixo, dengue e outras doenças foi suspensa – Kassab cortou o pagamento, igual fez com a coleta de lixo da cidade – o policiamento que era intermitente e quase inexistente só retornou depois que o Bortolotto quase foi morto – e mesmo assim não impediu que um mendigo fosse assassinado, na verdade a PM sequer ajudou o pobre coitado que morreu por negligência policial. Abandono completo.

Da parte dos moradores e comerciantes não só o medo mas a revolta contra a prefeitura, contra o egoísmo de alguns e a tentativa, na nossa lerdíssima justiça, de conseguir reverter alguns absurdos e conseguir que a Praça seja reconhecida como região de bares, teatros, enfim, de lazer e não só residencial, afinal, sem este comércio, teatros e bares, a Praça não existiria.

Esperamos, além da justiça, uma açãoconcreta do governo – que nunca vem.

E isto é São Paulo.

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Vejo a notícia de que a Praça Roosevelt será, finalmente (ainda que eu duvide) reformada.

Em primeiro momento eu deveria ficar feliz, mas a realidade é mais forte.

Em primeiro lugar, a própria reportagem denuncia duas obviedades: Uma de que político, especialmente DemoTucano, mente e a segunda a de que a reforma pode não passar de lenda, assim como “honestidade” o é para políticos. Bem, a obviedade é quase única, a de que político é mentiroso contumaz.

Digo isto, neste caso pelo menos, porque quando Serra era prefeito – e vale lembrar que, nesta situação, ele prometeu que não largaria o cargo para ser governador e todos sabemos o que ele fez – prometeu que a Praça seria reformada, era sua vitrine. Bem, continua sendo vitrine de seu governo – lugar abandonado, violento e perigoso.

O absurdo, já explícito no título da notícia, é a de que foram precisos “casos violentos”, a morte de uma pessoa e o quase assassinato de outra para que algo se movesse na prefeitura. Foi preciso que a violência finalmente deixasse suas marcas para que algo fosse feito. Espera-se o pior para então começar a pensar na “proteção”.

Na verdade a Praça não é violenta ou perigosa, mas está ficando, graças à ação tanto da PM quanto do governo, que nada fazem. A prefeitura veta mesas na calçada, o que acaba com a frequência, a PM só resolveu fazer rondas – que nem podem ser chamadas de ronda, pois se limitam à estrutura da praça em si, sequer vão até o começo da rua, são normalmente dois PM’s conversando – depois que o Bortolotto foi baleado, antes disso nada, e não faltaram apelos dos moradores e comerciantes tanto para a PM quanto para a GCM (Guarda Civil Metropolitana), o lixo se acumula porque foi suspensa a limpeza e a “lavação” da Praça…

De acordo com o diretor e fundador do grupo teatral Satyros — localizado na Praça Roosevelt — Rodolfo García Vázquez, a ordem para retirar as cadeiras das calçadas dos bares, imposta pela Prefeitura de São Paulo, em dezembro do ano passado, resultou na redução do movimento dos bares e deixou o local mais vulnerável à ação de criminosos.
“Pensar que haverá segurança somente pela ação da polícia é reduzir a importância do fenômeno dos teatros e bares da Praça Roosevelt”, diz o diretor.

Enfim, a prefeitura e o governo conspiraram para que a situação chegasse até este ponto.

Neste link há um apanhado interessante de depoimentos sobre a situação da Praça e chama à atenção a mentira dita pelo Coronel Renato Cerqueira Campos:

“A praça é uma área frequentada por moradores de rua e há eventuais flagrantes ligados ao uso de entorpecentes”, comenta Campos.
Segundo ele, após os recentes crimes ocorridos na Praça Roosevelt, as rondas foram intensificadas para coibir novos delitos.

Realmente, o problema TODO da praça são alguns frequentadores que fumam maconha uma vez ou outra.

Ou ainda os moradores de rua, expulsos do resto do centro e da Cracolândia pelo Kassab. Expulsão dos viciados pela política de espalhar a Cracolândia ao invés de tratar os doentes; e o espalhamento dos mendigos graças à política da prefeitura de fechar albergues – e de abandoná-los enfim.

O mais fantástico é o Coronel sequer saber o que acontece na Praça! Até o infeliz episódio do tiroteio no Parlapatões sequer havia policiamento na Praça! E, a grande mentira, a declaração de que as rondas foram “intensificadas”. Como intensificar o que não existia? Não havia “ronda” antes e o que temos hoje são PM’s sentados, conversando e limitados à um raio de 50 metros, se muito!

Mas, enfim, cheguemos ao ponto. Foi preciso que a violência se tornasse alarmante na região para que algo fosse feito. Foi preciso que o Bortolotto fosse baleado e quase morto dentro do Parlapatões e que um mendigo fosse assassinado em plena luz do dia – e com a conivência da PM que não o ajudou, como explicado neste post -para que Aquassab notasse que seu belo plano de revitalizar o centro criando Praças, Centros, Teatros e o escambau não funcionaria nunca com o abandono e destruição do que já existe.

Aquassab pode expulsar os mendigos, pode espalhar os viciados em crack, mas vai ter que lidar com os problemas decorrentes de suas ações, invariavelmente. Não é higienizando o centro que ele irá resolver qualquer problema – assim como não resolverá a situação dos moradores do Jardim Romano/Pantanal alagando suas casas para os expulsar e fazer seu parque e depois entregar um cheque-miséria de 300 reais e dar “adeus”.

A revitalização da praça Roosevelt já era alardeada desde a gestão do então prefeito e hoje governador José Serra (PSDB) com uma das principais intervenções no centro da cidade, mas até hoje poucas medidas saíram do papel. A concorrência da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras ocorre numa época em que a praça tem sido palco de violência.

Me perdoem se não me entusiasmo com mais esta peça de propaganda. São 11 anos em que nenhum obra acontece e cada intervenção da prefeitura apenas piora ainda mais o local.

No ano passado, reportagem da Folha Online informou que a revitalização do espaço se arrastava por 11 anos. O projeto de reurbanização já estava concluído pela Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), mas a empresa não informou as datas estimadas para o início da obra.
Na ocasião, o advogado Enrique Rodolfo Marti, da Ação Local Roosevelt, ligada à Associação Viva o Centro, disse que após pedido da entidade foi feita a quebra das paredes de um supermercado que funcionava no local e de uma escola infantil. A demolição foi feita pois após a desocupação dos locais, moradores de rua se instalaram na região.

A reforma da Praça – na verdade sua total demolição – é urgente e necessária, mas com este atual governo é difícil, quase impossível acreditar que algum dia sairá. E isto é só o começo. É preciso reformar e, acima de tudo, OCUPAR. E, sem dúvida, nada disso será feito com intervenções cosméticas. Os mendigos existem, os viciados existem e os marginais também existem.

Saindo ou não a reforma, ainda fica a questão do que fazer com os moradores de rua. A solução da prefeitura sabemos qual é, e não é “solução” alguma. Não é com polícia que se resolve o problema do centro, é com inclusão, ocupação e integração. E isto não está na agenda do prefeito sanitarista.

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Interessante, acabei de ler no excelente blog Panóptico, algo ligado ao assunto e que pode explicar o interesse tão estranho da prefeitura pela praça.

Rede Globo interessada no centro da cidade… Pelo visto Aquassab vai fingir que realiza obras na esperança de aparecer na Globo e, talvez, ajudar a alavancar a candidatura do papai Zé Alagão…
Uma coisa é fato, esta direita tem noção de oportunidade!
Leia mais sobre o assunto aqui.

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“Amplo debate nacional? Eu não ouvi falar…”
Palavras de Alexandre Garcia no Bom (péssimo) dia Brasil.

É assim que começa o falatório absurdo de Alexandre Garcia, para os que tiveram estômago de aguentar tantas barbaridades, parabéns.

O colunista (sic) da Globo, representante ilustre do PIG, talvez não saiba, mas foram realizadas, desde 2003, mais de 50, repito, CINQUENTA, conferências nacionais sobre Direitos Humanos que culminaram no PNDH-3.

“O texto incorporou também propostas aprovadas em cerca de 50 conferências nacionais realizadas desde 2003 sobre tema como igualdade racial, direitos da mulher, segurança alimentar, cidades, meio ambiente, saúde, educação, juventude, cultura, etc

Além destas CINQUENTA conferências, dezenas de consultas locais foram realizadas com a participação de 14 mil pessoas – sem dúvida, alexandre Garcia não era uma delas, afinal, não se interessa pelo tema. Tampouco a figura se dignou a dar uma rápida olhada no documento, disponível por quase um ano no site da SEDH.

A participação social na elaboração do programa se deu por meio de conferências, realizadas em todos os estados do país durante o ano de 2008, envolvendo diretamente mais de 14 mil pessoas, além de consulta pública. A versão preliminar do programa ficou disponível no site da SEDH durante o ano de 2009, aberto a críticas e sugestões.

Além disso, não sabe o piadista que 31 dos 37 ministros assinaram o documento? Como assim ninguém foi consultado?

Realizaram-se 137 encontros prévios às etapas estaduais e distrital, denominados Conferências Livres, Regionais, Territoriais, Municipais ou Pré-Conferências. Participaram ativamente do processo cerca de14 mil pessoas, reunindo membros dos poderes públicos e representantes dos movimentos de mulheres, defensores dos direitos da criança e do adolescente, pessoas com deficiência, negros e quilombolas, militantes da diversidade sexual, pessoas idosas, ambientalistas, sem-terra, sem-teto, indígenas, comunidades de terreiro, ciganos, populações ribeirinhas, entre outros.

Fica clara a tentativa torpe da Globo e do PIG em geral de manipular, mentir descaradamente sobre o PNDH-3 através de todos os meios possíveis.

O PIg inteiro, aliás, sabe que o Programa Nacional de Direitos Humanos não é invenção do atual governo, mas parecem esquecer-se convenientemente. Diz Paulo Sérgio Pinheiro, insuspeito:

“Não foi o presidente Lula quem inventou isso. “Essa é a terceira edição do
programa. Os dois anteriores, lançados em 1996 e em 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, tinham a mesma abrangência do programa que está sendo debatido agora. E tanto Lula quanto Fernando Henrique acertaram, porque direitos humanos não abarcam apenas direitos civis e políticos, como se imagina. Eles abrangem também questões como a fome, o racismo, gênero, distribuição de renda, salário, acesso à cultura, proteção das crianças contra a violência e muitas outras coisas.”

“Tudo foi feito de maneira séria e democrática. A conferência nacional de direitos humanos, realizada em dezembro de 2008 e de onde saíram as diretrizes do programa, foi precedida de conferências estaduais por todo o País. Os debates foram abertos e sem cartas marcadas. Em São Paulo a conferência foi organizada pelo governo de José Serra, com o secretário de Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey”.  “Mais tarde foram redigidas quase uma dúzia de minutas, para novas discussões. Todos os ministérios discutiram e concordaram, com exceção de Nelson Jobim.

Em país decente isto seria crime. Isto não é jornalismo. E depois ainda tentam me convencer da necessidade de diploma para exercer o jornalismo…. É preciso de diploma para mentir?

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Não surpreendem os ataques coordenados das forças policiais – sem dúvida enviados pelas elites e milicos apavorados – aos militantes dos direitos humanos, na mesma noite, em dois locais diferentes enquanto eram realizados atos de homenagem à vítimas da ditadura – no rio – e em defesa do PNDH-3- em São Paulo, onde eu estava presente.

No primeiro caso uma falsa ameaça de bomba no meio do ato e no segundo, a invasão da PM no auditório onde se realizava o outro ato.

Apenas os inocentes ou os mal-intencionados poderiam cair na piada de que tudo não passou de coincidência – e o caso de São Paulo se torna ainda mais emblemático por tudo ter ocorrido apenas após a saída do ouvidor da polícia do ato, coisa de 5 minutos depois – quando o que vemos é o reflexo direto e claro do PNDH-e. A direita – militares, polícia, mídia, igreja e ruralistas – está simplesmente apavorada. Antes não sabia como combater o governo Lula e a total falta de argumentos e propostas para derrubar a Dilma se mostraram ineficazes e burros e, agora, com o PNDH-3 se vêem cada vez mais acuados frente à possibilidade de uma maior e mais ampla participação popular nos processos decisórios e na gestão dos bens públicos.

O que se vê são ações coordenadas, sem dúvida visando intimidar o movimento pelos Direitos Humanos.

Mas não passarão, não nos intimidarão jamais!

Recebido por e-mail do companheiro Alípio Freire, Jornalista:

Camaradas,

Vamos divulgar em todas as nossas listas, sites, blogs, impressos, etc.


A senha foi dada no dia 30 de dezembro passado, através de notícia (vazada ou plantada, não se sabe ainda com clareza) pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, no jornal O Estado de S.Paulo, num claro golpe contra o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos – SEDH, tendo como pretexto
Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3 (especialmente no que diz respeito à criação Comissão da Verdade, para encaminhar o julgamento dos crimes e criminosos responsáveis pelos seqüestros, cárceres clandestinos, torturas, assassinatos e ocultação de cadáveres durante a ditadura) oficialmente feito público no dia 21 de dezembro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ato do qual participaram todos os seus ministros, exceto o senhor Jobim.

Era a senha da ultra-direita – não nos iludamos.


Na quinta-feira, 14 de janeiro de 2010, o Movimento Nacional de Direitos Humanos, marcou como data para a realização de atos em todo o país em defesa do PNDH; da criação Comissão da Verdade (e de suas atribuições), e do ministro Paulo Vannuchi.

Em atos realizados em São Paulo e o Rio de Janeiro, a PM compareceu.

Leiam abaixo sobre os incidentes nos dois atos, relatados por camaradas que foram testemungas de ambos: Ana Maria Müller (RJ), Lúcia Rodrigues (SP)  e Rose Nogueira (SP).

Não caiamos em alarmismos, nem em armadilhas diversionistas.
Sigamos organizados, serenos e unidos na luta.
Defendamos o PNDH-3 e a Comissão da Verdade enquanto um todo.
Deixemos nossas eventuais divergências pontuais, para serem disputadas no momento adequado, durante seu encaminhamento para discussão e votação no Congresso Nacional.


Putabraço a tod@s,
especialmente às camaradas
Ana Müller, Lúcia Rodrigues e Rose Nogueira,
Alipio Freire
 

ECOS DE PINDORAMA 1


A 40ª MORTE DE MÁRIO ALVES

ANA MARIA MÜLLER
17. 01.2010

  Sexta Feira, 15 de janeiro de 2010 os patrocinadores da Exposição sobre Carlos Marighela, promoveram o encerramento da mesma, e convidaram para a exposição de um filme sobre a trajetória do líder revolucionário à qual seguiria homenagens a familiares de Combatentes mortos pela repressão da Ditadura, dentre esses seria feita homenagem a Lucia Alves, filha de Mário Alves de Souza Vieira, preso político morto nas dependências do DOI-CODI no Rio de Janeiro,na madrugada de 16/17 de janeiro de 1970 e cujo corpo se encontra desaparecido até hoje.

Centenas de pessoas atenderam o convite feito e compareceram na sede da Caixa-Cultural, na Av. Almirante Barroso, centro do Rio de Janeiro.

Quando cheguei vivi a alegria de ver a quantidade de amigos e companheiros presentes ao evento e seguida da perplexidade de saber que nem todos poderiam participar, pois dependia de senhas que deveriam ser retiradas um tempo anterior à exposição do filme e a direção da Caixa não permitiu a colocação de cadeiras extras ou qualquer outra solução que abrigasse as centenas de pessoas que ali estavam. Estava ali para, sobretudo, abraçar minha amiga ZIDA XAVIER PEREIRA, militante emblemática da ALN, que teve a família assassinada pela repressão do Estado ditatorial – 2 filhos: Iuri e Alex  – e seu genro Arnaldo, além de  inúmeros companheiros que deram suas vidas pelo ideal revolucionário.
Não sabia das outras homenagens.

Após os debates e dado início às homenagens, dá-se a noticia que havia uma  ameaça de bomba no local e que era preciso evacuar o prédio.

Carlos Fayal dirigia os trabalhos e insistiu nas  homenagens primeiro à Vitória Grabois, pelos familiares mortos na Guerrilha do Araguaia – seu pai, seu irmão e seu marido.  Em seguida, homenageia-se ZILDA, pelos filhos Yuri e Alex. Como a única filha de Mário Alves não estava presente, solicitaram-me que aceitasse receber e encaminhar quando possível  à Lúcia  o diploma………
mas mal havia recebido o diploma quando não foi possível permanecer no local pois a segurança do prédio tinha a determinação para deixar o prédio vazio.

O cinema se localiza na sobreloja e o tempo que levei para sair da sobreloja e alcançar a calçada me pareceu longo, demorado demais para atravessar…… Estava assim meio atordoada. Com uma pasta bonita,  cinza, abrigando um diploma sobre a bandeira brasileira como forma de reconhecimento pelos companheiros, 4 flores, e um outro filme passando pela cabeça, o qual trazia noticia de um tempo que parecia nem querer acreditar………….

…………………. o início do ano de 1970 foi doloroso demais para mim: amigos presos  passando para fora dos presídios a denuncia de tortura insana que não poupava ninguém.
Em dezembro muitos companheiros fdo PCBr foram presos e logo nos primeiros dias de janeiro, buscando furar um cerco policial, são baleados Ângela Camargo Seixas e Marco Antonio da Silva Lima, militantes do PCBr que foram levados ela ao hospital do exercito e ele deixado já moribundo no hospital Souza Aguiar.  
Dia 16 é preso Mario Alves e levado ao DOI-CODI na Barão de Mesquita – Quartel do Exército,  onde é torturado até a morte.  Sua tortura foi vista pelos presos: Raimundo Jose Barros Teixeira Mendes e Antonio Carlos de Carvalho.  Dia seguinte logo cedo os presos Jose Carlos Brandão Monteiro e  Manuel João, antigos militantes do PCB  são levados para limparem a cela toda ensangüentada e suja de tudo que a mente humana não pode registrar.  Reconheceram  Mário que sussurrava pedindo água e viram retirar seu corpo moribundo e levar para onde ninguém sabe.

Assim que chega a notícia, d. Dilma esposa de Mario Alves, inicia a incansável busca pelo seu paradeiro e se torna uma das fundadoras do  grupo de familiares de Desaparecidos Políticos.  De aparência frágil, mas com férrea determinação, d. Dilma denuncia a prisão de seu marido e exige saber de seu paradeiro.  Protocola hábeas corpus de localização perante as Auditorias Militares, entrega cartas, faz denuncias para imprensa local e internacional e essa busca se torna sua grande luta até o final de seus dias.
Em 1980 promove ação judicial contra a União, requerendo a condenação por seqüestro, seguido de prisão ilegal, tortura, morte e ocultação de cadáver de seu marido– ação que muito honrosamente foi patrocinada por mim,  Abigail Paranhos e Arthur Muller. 
Em 1981 a 1ª Vara Federal do Rio de Janeiro, prolata a sentença procedente à família de Mario Alves e declara a União culpada pela morte de Mario Alves.
Dilma morreu sem saber o paradeiro de seu marido…

Sua única filha Lucia a sucede na luta e até hoje, 40 anos após o assassinato de seu pai, não sabe o que aconteceu naquele 17 de janeiro de 1970, quando carcereiros retiraram seu pai quase sem vida  e o levaram para …………

……O lugar de onde vem as ameaças de bombas; de onde vem os murros nas mesas; de onde vem os ataques de autoritarismo….

…… quem tem medo dessas homenagens?

Certamente os que têm medo da verdade!

São quarenta anos que pesaram nas costas. 
No peito, uma dor;
na mão um diploma para ser entregue e
na cabeça a pergunta:  até quando essas sombras terão medo da verdade?

Em homenagem a d. Dilma, Lucia seu marido e filhos, e todos os familiares de companheiros mortos e desaparecidos,
Continuamos exigindo o esclarecimento sobre suas mortes que somente será possível com a abertura de todos os arquivos da repressão;
a localização dos restos mortais dos nossos companheiros.

ECOS DE PINDORAMA 2


EM SÃO PAULO,
A POLÍCIA TAMBÉM APARAECEU

LÚCIA RODRIGUES
15. 01.2010 

A direita está alvoroçada e vai continuar tentando nos intimidar. O recuo do Lula favorece esses sujeitos. Precisamos nos manter coesos na luta pela punição dos torturadores. Todo mundo sabe que tortura é crime de lesa humanidade, é imprescritível. Portanto, os torturadores precisam pagar pelo que fizeram. Os recentes episódios nos dão ideia de que eles realmente estão temerosos e por isso promovem intimidações. Como a Rose já disse, quando os milicos entraram no auditório Vladimir Herzog eu fui pra cima. Na quinta eu não tava cobrindo para a Caros (acabara de chegar de viagem), fui ao ato como militante, mas fiquei indignada de ver os milicos dentro do nosso sindicato.
Fui pra cima para querer saber o que faziam ali. Entraram dois soldados bem jovens. Com a insistência minha para saber o que faziam ali, o soldado Ricardo Lima disse que haviam recebido um e-mail solicitando a presença da PM no local. Perguntei quem havia passado esse e-mail. Ele respondeu que o sindicato havia solicitado. “O sindicato solicitou, mandou que ficassemos na portaria. Estamos aqui desde às cinco da tarde, estamos aqui cumprindo ordens para patrulhar o local. Viemos para render os outros colegas, para o jantar. Não estamos aqui de graça, não estamos à toa.”
Como eu não acreditei na história contada sobre a presença da força policial e insisti para que ele entrasse em contato com o batalhão para saber quem de fato havia mandado a polícia para ali, ele começou a tentar contato pelo rádio. Como lá em cima não tinha sinal, ele disse se poderiamos descer e eu desci com eles. No saguão, mais dois soldados. O soldado J. Ferreira  que comandava os outros militares ficou puto porque o Ricardo Lima tava tentando ligar para o batalhão a pedido meu.
“Até que horas vai isso aqui?, questionou J. Ferreira ao outro militar que havia subido com o soldado Lima.
Como J. Ferrreira se identificou como o superior dos demais soldados passei a questioná-lo pela presença no local. Ele repetiu o que o outro soldado já havia dito. “Mandaram um e-mail solicitando a nossa presença.”. Mais uma vez eu disse que essa informação era no minímo estranha e questionei mais uma vez quem havia solicitado a presença deles. Questionei de quem partira a ordem para que eles viessem. “Mandaram a gente vir aqui dar apoio para vcs. A gente não tem acesso, cumpre ordens.”
Questionei o fato de eles estarem dentro de um prédio particular e terem entrado no sindicato sem serem convidados. Ele reconheceu que realmente era estranho e que essa era a primeira vez que isso estava acontecendo. Solicitei então que ele entrasse em contato com seu superior para saber quem havia solicitado a presença deles ali e quem havia dado a ordem para que eles estivessem ali. Ele ligou, falou com o tenente, mas a mesma história foi repetida. Solicitei então que o tenente viesse até a rua Rego Freitas para que me dissesse pessoalmente quem havia solicitado a presença da PM. Veio o tenente Aurimar e o aspirante of.PM Flávio.
“É uma determinação para o patrulhamento da área. Eu não questionei a ordem”, afirmou Aurimar. Eu solicitei então que ele entrasse em contato com o seu superior para saber quem solicitou a presença deles ali. Ele disse que era impossível saber porque quem poderia responder o meu questionamento havia saído às 19h. Respondi que assim como nos plantões médicos os policiais que assumem o turno recebem as informações do turno anterior para saber o que está rolando. Solicitei portanto, que ele entrasse em contato  com o superior de seu turno, porque obviamente essa informação exisitia. Ele começou a se irritar e disse que não ia gastar os seus créditos (celular). “Não vou gastar meus créditos. Eu como militar não vou falar”, respondeu rispidamente.  Eu disse que não estava falando para ele ligar do seu celular, mas do seu rádio. Disse que  essas informações deveriam estar no computador da PM e que se a corporação não estivesse informatizada, que em algum papel a informação deveria constar. Ele ficou mais bravo ainda. Disse que não ia mais conversar comigo e se dirigiu para o soldado afirmando: “Encerra o talão, vamos recolher”. Disse que se eu quisesse mais informações que entrasse em contato com a PM (surreal, para dizer o mínimo).
Pelo que os soldados haviam dito anteriomente eles pertencem ao 7º batalhão da PM, localizado na avenida Angélica, na  zona oeste.
Como eles haviam ido à tarde no sindicato e foram recebidos pelo diretor André, eles consideraram o André como o responsável pelo evento. Depois conversei com o André que me contou que os recebeu em sua sala no Sindicato e que inclusive deu o seu cartão para o PM que foi até o local. O André negou que o sindicato tenha solicitado a presença da PM. “O sargento veio perguntar se precisava de apoio. Foi na minha sala, dei meu cartão. Não tem e-mail nenhum”, afirmou.O soldado Ricardo Lima tinha ordem para pegar a assinatura. “Para constar no nosso relatório que estivemos aqui.”
Segundo J. Ferreira as informações que constam nesse relatório, que eles chamam de talão, são: o nome do responsável pelo evento, o número do RG e o horário de início e término. Se tudo transcorrer normalmente colocam no relatório a sigla S/NOV (sem novidade).
Os quatro soldados que estiveram no prédio do Sindicato são: J. Ferreira, Ricardo Lima, Murilo e Vilares. Lima chegou a comentar que alguém no ato havia dito que a PM hoje tinha outra cabeça. Questionei então se eles estavam no corredor ouvindo. Ele negou que estivessem ali ouvindo o que estava sendo dito. “Nós subimos, mas não foi para atrapalhar.’

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