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Archive for outubro \31\Europe/Madrid 2009

Ainda não encontrei uma resposta para o título. Talvez não exista uma apenas, o que sei é que não haverá qualquer punição apra os criminosos, ou seja, para a Cutrale.

Cutrale devolve terras griladas
ESCRITO POR ROBERTO MALVEZZI
29-OUT-2009

Num gesto único na história brasileira, a Cutrale vai devolver as terras públicas que grilou para plantar laranja. Segundo uma pessoa que ocupa cargo decisivo, “mais importante que sete mil pés de laranja derrubados, são as cem mil famílias de brasileiros que estão na beira das estradas”. O único condicionante da empresa é que as terras sejam destinadas à reforma agrária, dando preferência às famílias que ocuparam o lugar dias atrás.
Para maior surpresa, admitiu que é inconcebível que, “num país de 8,5 milhões de km², haja tantas pessoas sem um lugar para trabalhar e até mesmo para morar”.
Com esse gesto, continuou, “contribuiremos para fazer uma justiça histórica nesse país, já que desde a chegada dos portugueses, a terra tornou-se um pesadelo para nossos índios, negros e pequenos camponeses. Queremos, de uma vez por todas, superar essa injustiça histórica, criar a paz no campo e que essa paz se estenda também por nossas cidades”.
Para concluir, afirmou que “espero que todas as pessoas e empresas que grilaram terras públicas, como aquelas do Pontal do Paranapanema, ou na Amazônia, ou em qualquer outro canto do Brasil, repliquem o nosso gesto, devolvendo ao país o que é do país.
Afinal, todos os brasileiros têm direito a um lugar digno para viver, sem precisar de favores governamentais. Além do mais, uma vez feita a justiça no campo, não vamos mais precisar de ocupações de terras”.
O gesto da Cutrale, sem dúvida, é histórico e pegou de surpresa todos aqueles que querem criar uma CPI para investigar o MST. Afinal, ao reconhecer que o primeiro crime cometido foi a grilagem das terras, não há mais por que buscar culpados onde eles não existem.
Roberto Malvezzi (Gogó), ex-coordenador da CPT, é agente pastoral.
É o reconhecimento, com toda a cara de pau possível, de que a Cutrale grilou – roubou – terra dos Estado.

Fez-se de vítima, de coitadinha, incriminou o MST e, agora, admite o roubo e faz-se de boa empresa, de empresa consciênciente e pede para que as terras que roubou sejam dadas ao MST – reforma agrária;

Não, não tão fácil, mesmo reconhecendo o roubo, afirmam que só devolverão – respeitarão a lei – SE as terras forem para o MST, senão continuarão a usar terra pública como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Roubam e ainda querem impor condições.

Não surpreende que estas empresas gigantes jamais sejam condenadas à nada e, quando são, mal sintam seus efeitos. São hábeis manipuladoras, sabem a hora de ceder – ou fingir que cedem – e enganar a opinião pública, posando de benfeitores e socialmente responsáveis.

O gesto pode ser histórico, mas é calculado e calculista.

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Update e Esclarecimento:

Pra quem, como eu, achou estranho o tom usado pelo autor do texto – talvez conciliador demais, otimista em excesso -, fica o esclarecimento de que, segundo o site do MST, o texto (é) pode ser apenas uma ficção.

Não uma ficção mal intencionada e sim uma forma de mostrar como poderia ser a realidade ideal na situação ou da situação agrária tomando o caso Cutrale como exemplo ou modelo.

O site do MST abre o artigo – ou abre uma seção – com o título “Que bom seria…” o que nos leva a questionar a veracidade das informações do artigo, colocado como uma verdade irretocável no Correio da cidadania, ADITAL e outros.

Esperamos que o autor do texto, Roberto Malvezzi, apareça para esclarecer a questão. A Cutrale recuou realmente ou tudo não passa de uma brincadeira, um “querer ser real”?

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O Nassif deu a deixa e, como não poderia deixar de ser, dou meus pitacos e acrescento minha revolta.

Por mais que eu tenha ficado revoltado, não fico surpreso. Não sei se a culpa é do país, por ser uma vergonha, ter um ensino indecente e uma falsa moralidade absurda e deturpada, ou se a culpa é da UniEsquina, conhecida como Uniban que, por sua qualidade (sic) não poderia ter nada além de vândalos e animais em seu interior.

Em pleno Século 21 uma mulher é tratada desta forma dentro de uma universidade. Xingada e escorraçada, apenas por estar vestindo uma roupa curta, precisando de proteção policial para não ser agredida fisicamente.

Eu diria mais, em pleno século XXI, com todas as obviedades já explicitadas pelo Nassif e, ainda mais, em um país onde a TV faz aberta apologia à nudez feminina, é simplesmente inaceitável – e o seria mesmo sem a super-exposição e abusos cometidos pela TV contra as mulheres – que uma mulher seja tratada de forma animalesca, sendo humilhada e ofendida pela roupa que usava, que alguns puritanos consideraram “imprópria”, “curta”.

É direito de qualquer um achar ou deixar de achar uma roupa imprópria, a questão é ofender, agredir alguém pelo seu jeito de se vestir e cometer os atos de selvageria como vimos dentro da Uniban.

Para piorar, o PIG faz coro, estampa em suas manchetes o machismo e o preconceito típicos da elite que criaram um monstro. No G1, a manchete: “Aluna com pouca roupa provoca tumulto em universidade e vídeo cai na web”. O puritanismo e a falta de noção de afirmar que a aluna estava com “pouca roupa”. O que seria isto, quem decidiu o que é muito ou pouca roupa? E, o pior, é ainda afirmar que a aluna foi a responsável pelo tumulto e não os vândalos da UniEsquina que a atacaram covardemente.

Culpa-se a vítima enquanto escapam os animais. A culpa é de quem usa roupa curta, como se no Brasil isto fosse um crime ou incomum ou, para piorar, como se alguém tivesse o direito de apontar o dedo! Estes mesmos moralistas devem ser os que assistem o “Caldeirão do Huck” ou o tosco “Brothers” e sonham com as mulheres que se mostram nos programas ou, ainda, as mulheres devem ser as mesmas que sonham em ter aqueles corpos para usar as roupas sumárias das “ajudantes de palco”. Enfim, são falsos.

A UniEsquina, além de não se retratar pelo comportamento animal de seus alunos (sic), ainda faz uma cruzada para proibir a circulação dos vídeos, não porque isto seria uma forma de defender a aluna ofendida, e sim para defender a reputação (sic) da instituição de ensino (sic).

Para piorar, vejam uma coleção de absurdos ditos por dois alunos (sic) da douta instituição:

– A roupa era inadequada ao local. Ela sAbia que estava em ambiente educacional – disse Cláudia Cristina dos Santos, estudante de Educação Física, 37 anos.

O estudante de Educação Física, Elias Alves, 19 anos, criticou a atitude da menina.
– Não foi uma decisão sábia e, pelo que eu me lembre, nem fazia calor. Ela poderia ter evitado toda a confusão.

Os moralistas de plantão assumiram que a roupa era inadequada, logo, era justificado humilhar a garota.

Ela merecia ser xingada, humilhada e ser praticamente  expulsa de sua faculdade porque sua roupa desagradava à meia dúzia de pseudo-moralistas que se sentiam no direito da fazer o que bem entendessem.

Por fim ainda a culpam, a causa da confusão; Foi sua escolha, seu guarda-roupa e não a animalidade dos presentes que, sem ter o que fazer – compreensível em uma UniEsquina como a Uniban – , resolveram atacar alguém que estava somente no lugar errado e na hora errada – ou melhor, apenas alguém que estava passando sem qualquer problema e foi pega para cristo.

São estes estudantes (sic) o nosso futuro. São estas UniEsquinas que ensinam (sic) os nossos filhos. E é isto que nos ensinam. Intolerância, desrespeito, animalidade.

Simplesmente vergonhoso e lamentável, mas o nível educacional e cultural do país não escondem nossas mazelas, nossa realidade; Não surpreende. A baixíssima qualidade da TV e dos meios de comunicação em geral não surpreendem. É algo simplesmente esperado, uma explosão de falso-moralismo que é lamentável, repreensível… mas jamais inesperado.

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Eu não havia lido a matéria da Folha de são Paulo – finalmente uma que se salva – sob o incrível e irretocável título de “Taleban na Faculdade” e não posso deixar de me impressionar. O nível das ofensas, de todos os lados, foi absurdo. Professores (sic), o coordenador do curso, os demais alunos (sic) tratando uma garota como puta, ameaçando estuprá-la! Seguranças da faculdade atacando a garota que cometeu o crime de usar um vestido para sair em um ambiente repleto de marginais, de debilóides virgens que nunca viram uma mulher – e esero que jamais vejam.

Foi aí que todos os alunos abandonaram as aulas e se aglomeraram numa multidão que ameaçava invadir a sala onde a garota havia se escondido, aos gritos de “puta, puta!”. Homens e mulheres se juntaram para xingá-la. Foi preciso que um grupo de policiais militares entrasse no prédio para evitar que a menina se tornasse a protagonista de um gang bang forçado.

Vandalismo puro com porta sendo arrombada, com PM precisando usar spray de pimenta para afastar os marginais que queriam atacá-la.

Isto demonstra o lixo que é a educação no nosso país, o nosso (des)nível cultural, nossa inveja escancarada da Arábia Saudita – sim, pois o episódio lamentável da Uniban não deixa a desejar frente ao que acontece na Arábia Saudita.

Resta à Uniban ser processada pelo descontrole de alunos e, especialmente, funcionários, e estes devem ser duramente punidos pelas ameaças, pela tortura psicológica e pela violência com a qual trataram uma aluna inocente, violentada, humilhada, abusada.

“Esse episódio serviu pra mostrar a verdadeira face de boa parte da sociedade brasileira, extremamente machista, retrógrada, conservadora e hipócrita, e mostra como nossa sociedade precisa ainda de avanços para que as mulheres conquistem uma verdadeira igualdade, de direitos, de dignidade, de cidadania….

No Brasil muita coisa é velada, e esse episódio mostrou mais um grande problema social velado neste país.” Mariana Parra

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At today’s Bil’in demonstration joined by around 200 people, including many Israeli shministim who have chosen to refuse to join the army but, instead, to fight the occupation with their brothers and sisters from around the world.

In conjunction with a week of action taking place in the UK, a group of British activists made statements of solidarity with a group of anti-war protestors awaiting trial for taking action against the production of weaponry sold to the Israeli military as an immediate response to the siege of Gaza. (See more at http://www.smashedo.org.uk)

The soldiers responded to the nonviolent protest with tear gas and sound bombs, injuring one international who was taken to hospital to be treated for burns and tear gas poisoning. Despite such heavy repression, the demonstration continued for over an hour and a half and ended with everybody leaving together singing and clapping through the clouds of tear gas.

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Eu já havia comentado ha alguns dias sobre a banalização dos protestos em curso no país.

Mas, para além disto, também é curioso notar o paradoxo do excesso de manifestações vazias e sem sentidos que acabam por banalizar este importante instrumento de pressão social e política ao mesmo tempo em que novas formas de protesto são tentadas dia após dia.

É realmente curioso – e lamentável – que protestos sérios e relevantes sejam criminalizados e esvaziados ao tempo em que futilidades mil ganhem projeção e o óbvio apóio da mídia, interessada em patrocinar o esvaziamento daquilo que não lhe convém.

É esta corrupção, aliás, que desvia o dinheiro que deveria ser usado na inclusão social, na inclusão dos marginalizados e que é desviada para os bolsos do vereador, do prefeito, do deputado….

No caso do Rio, além de tudo isto, temos uma guerra entre caciques, entre Cesar Maia, Cabral, Beltrame, os Garotinhos… Todos de uma maneira ou de outra ligados às causas da violência local.

Quando algum movimento, protesto ou manifestação sai na capa de um grande jornal, logo começo a duvidar das intenções e propostas do dito grupo. Se o PIG apóia então algo está errado. A edição de domingo da Folha de São Paulo estampa os “manifestantes” em sua capa e, como não é de surpreender, acaba por se declarar favorável à atitude do grupo.

Mesmo modus operandi adotado pelo O Globo para divulgar o grupelho burguês “Nove”, que protestou contra a fraude do Enem. Isso mesmo, contra a fraude, não contra algo factual, visível, claro. Fizeram apenas o jogo DemoTucano, como é de se esperar dos filhos da elite.

No caso deste protesto no Rio – mais um de dezenas, alguns inclusive capitaneados por sub-celebridades -, é o mais do mesmo. Filhinhos de papai se encontram na Zona Sul, na praia, fazem um teatro, aparecem na TV, são capa de jornal e depois vão tomar banho de mar e voltar às suas vidas, como se nada tivesse acontecido.

Não estamos diante apenas da banalização dos protestos, dos protestos nonsense, mas do completo descaramento de uma classe média que  usa o espetáculo para fingir que se importa com alguém que não apenas os de sua classe.

Porque não sobem o Morro dos Macacos e protestam lá contra a violência policial? Ao invés disto ficam seguros, cercados pela polícia e pelos abutres do jornalismo (sic) Global ao lado de sua praia favorita, para onde vão depois, descansar, com o dever cumprido. O dever de fingir se importar, o dever de fingir agirem pela paz real e não pela sonhada pelos seus: Livre das favelas, da pobreza, mas não pela inclusão, mas pelo cercamento, pela repressão, pelo apartheid social.

A Classe Média não sabe contra quem ou o que protestar. Vota nos mesmos escroques de sempre e faz campanha de boca cheia para os mesmos políticos corruptos, interessados em privilegiar sua classe em detrimento do resto do povo. Como resultado criam um círculo vicioso em que os favelados se rebelam contra sua situação, em muitos casos, através da violência do tráfico.

As elites mais abastadas contam com a Classe Média para propagar seus delírios consumistas, para divulgar a mensagem profética d’O Globo e da Veja e para garantir a nulidade ou a atitude mais reacionária da classe.

Na falta de alternativas, de argumentos para sua própria ignorância, na falta de coragem ou decência para uma atitude corajosa a Classe Média protesta. Contra quem ou o que não sabem, mas se sentem realizados em atuar como arautos da paz e da decência.

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Em Memória de Carlos Marighella

Companheira/os,

No dia 4 de novembro farão 40 anos do assassinato de Carlos Marighella.

Cremos que é importante relembrar seu significado e honrar o legado de sua luta histórica. Para isso, estão sendo programadas várias atividades nesta data, dentre elas, a divulgação do Manifesto Em Memória de Carlos Marighella, cuja adesão pode ser feita, via internet neste site: http://www.PetitionOnline.com/19692009/petition.html

Comissão Organizadora 1969 2009 – 40 anos – Marighella Vive

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EM MEMÓRIA DE CARLOS MARIGHELLA
Carlos Marighella tombou na noite de 4 de novembro de 1969, em São Paulo, numa emboscada chefiada pelo mais notório torturador do regime militar. Revolucionário destemido, morreu lutando pela democracia, pela soberania nacional e pela justiça social.

Da juventude rebelde, como estudante de Engenharia, em Salvador, às brutais torturas sofridas nos cárceres do Estado Novo; da militância partidária disciplinada, às poesias exaltando a liberdade; da firme intervenção parlamentar como deputado comunista na Constituinte de 1946, à convocação para a resistência armada, toda a sua vida esteve pautada por um compromisso inabalável com as lutas do nosso povo.

Decorridos quarenta anos, deixamos para trás o período do medo e do terror. A Constituição Cidadã de 1988 garantiu a plenitude do sistema representativo, concluindo uma longa luta de resistência ao regime ditatorial. Nesta caminhada histórica, os mais diferentes credos, partidos, movimentos e instituições somaram forças.

O Brasil rompeu o século 21 assumindo novos desafios. Prepara-se para realizar sua vocação histórica para a soberania, para a liberdade e para a superação das inúmeras iniqüidades ainda existentes. Por outros caminhos e novos calendários, abre-se a possibilidade real do nosso País realizar o sonho que custou a vida de Marighella e de inúmeros outros heróis da resistência. Garantida a nossa liberdade institucional, agora precisamos conquistar a igualdade econômica e social, verdadeiros pilares da democracia.

A América Latina está superando um longo e penoso ciclo histórico onde ocupou o lugar de quintal da superpotência imperial. Mais uma vez, estratégias distintas se combinam e se complementam para conquistar um mesmo anseio histórico: independência, soberania, distribuição das riquezas, crescimento econômico, respeito aos direitos indígenas, reforma agrária, ampla participação política da cidadania. Os velhos coronéis do mandonismo, responsáveis pelas chacinas e pelos massacres impunes em cada canto do nosso continente, estão sendo varridos pela história e seu lugar está sendo ocupado por representantes da liberdade, como Bolívar, Martí, Sandino, Guevara e Salvador Allende.

E o nome de Carlos Marighella está inscrito nessa honrosa galeria de libertadores. A passagem dos quarenta anos do seu assassinato coincide com um momento inteiramente novo da vida nacional. A secular submissão está sendo substituída pelos sentimentos revolucionários de esperança, confiança no futuro, determinação para enfrentar todos os privilégios e erradicar todas as formas de dominação.

O novo está emergindo, mas ainda enfrenta tenaz resistência das forças reacionárias e conservadoras que não se deixam alijar do poder. Presentes em todos os níveis dos três poderes da República, estas forças conspiram contra os avanços democráticos. Votam contra os direitos sociais. Criminalizam movimentos populares e garantem impunidade aos criminosos de colarinho branco. Continuam chacinando lideranças indígenas e militantes da luta pela terra. Desqualificam qualquer agenda ambiental. Atacam com virulência os programas de combate à fome. Proferem sentenças eivadas de preconceito contra segmentos sociais vulneráveis. Ressuscitam teses racistas para combater as ações afirmativas. Usam os seus jornais, televisões e rádios para pregar o enfraquecimento do Estado. Querem o retorno dos tempos em que o deus mercado era adorado como o organizador supremo da Nação.

Não admitimos retrocessos. Nem ao passado recente do neoliberalismo e do alinhamento com a política externa norte-americana, nem aos sombrios tempos da ditadura, que a duras penas conseguimos superar.

A homenagem que prestamos a Carlos Marighella soma-se à nossa reivindicação de que sejam apuradas, com rigor, todas as violações dos Direitos Humanos ocorridas nos vinte e um anos de ditadura. Já não é mais possível interditar o debate retardando o necessário ajuste dos brasileiros com a sua história. Exigimos a abertura de todos os arquivos e a divulgação pública de todas as informações sobre os crimes, bem como sobre a identidade dos torturadores e assassinos, seus mandantes e seus financiadores.

Precisamos enfrentar as forças reacionárias e conservadoras que defendem como legítima uma lei de auto-anistia que a ditadura impôs, em 1979, sob chantagens e ameaças. Sustentando a legalidade de leis que foram impostas pela força das baionetas, ignoram que um regime nascido da violação frontal da Constituição padece, desde o nascimento, de qualquer legitimidade. E procuram encobrir que eram ilegais todas as leis de um regime ilegal.

Sentindo-se ameaçadas, estas forças renegam as serenas formulações e sentenças da ONU e da OEA indicando que as torturas constituem crime contra a própria humanidade, não sendo passíveis de anistia, indulto ou prescrição. E se esforçam para encobrir que, no preâmbulo da Declaração Universal que a ONU formulou, em 10 de dezembro de 1948, está reafirmado com todas as letras o direito dos povos recorrerem à rebelião contra a tirania e a opressão.

Por tudo isso, celebrar a memória de Carlos Marighella, nestes quarenta anos que nos separam da sua covarde execução, é reafirmar o compromisso com a marcha do Brasil e da Nuestra America rumo à realização da nossa vocação histórica para a liberdade, para a igualdade social e para a solidariedade entre os povos.

Celebrando a memória de Carlos Marighella, abrimos o diálogo com as novas gerações garantindo-lhes o resgate da verdade histórica. Reverenciando seu nome e sua luta, afirmamos nosso desejo de que nunca mais a violência dos opressores possa se realimentar da impunidade. Carlos Marighella está vivo na nossa memória e nas nossas lutas.

Brasil, 4 de novembro de 2009.

Assine a Petição.

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Dozens suffered from tear gas inhalation at the weekly demonstration in Bil’in
Friday 23 \ 10 \ 2009

Several demonstrators suffered from tear gas inhalation from canisters thrown at them by the Israeli occupation soldiers in their attempt to suppress the weekly protest of Bil’in citizens and solidarity groups.

The demonstration was called by the Popular Committee Against the Wall and started directly after the Friday prayers. Bil’in citizens were joined by a group of international and Israeli peace activists and together they raised Palestinian flags and banners condemning the occupation, racist policy of building the Wall and settlements, land confiscation, road closures and detention and killing of innocent people.


The Shministim (Hebrew for high school seniors), an Israeli group of activists who are refusing military service, participated in the demonstration. Emelia (18) from Tel Aviv, one of the Shministim (18) said: ”I came to support the people of Bil’in in their struggle against the violence they continue to face from the Israeli soldiers. I don’t want to be a part of an army that is using violence against people who, in a peaceful way, protest the theft of their land for the expansion of illegal settlements and the Wall. I prefer to be in jail than to be a part of the army.”

In addition an active organisation of retired Palestinians participated in the demonstration, to express their solidarity with people of Bil’in. They took this occasion to announce a festival they are organizing next Sunday at 3pm in Bil’in in order to support the local resistance in the face of the occupation. They have invited Palestinian actors and celebrities to take part in the festival.

Demonstrators marched through the streets of Bil’in, chanting national songs, condemning the occupation. When they approached a gate at the western side of the Wall, they attempted to enter their land that was annexed by the Wall. The Israeli soldiers closed the gate and prevented the demonstrators from entering, throwing tear gas on them and causing tens of participants suffering from tear gas inhalation.

Earlier this week, a delegation from “Follow the Women” visited Bil’in and heard from the Popular Committee about the experience of the village with the struggle against the construction of the Wall and settlements and about the suffering of Bil’in citizens caused by the Wall. The delegation cycled to the Wall in Bil’in in solidarity with the Friday demonstrations. They were a part of a tour to Palestine, which included visiting refugees camps, villages and cities, places with active local resistance and conflict points with the Israeli occupation. The delegation also visited Palestinian Refugee camps in Syria, Lebanon and Jordan. The aim of this ride was to promote peace in region and ending of the occupation of the Palestinian territories, as the delegation coordinator, Dita Reagan stated.

For more information, please contact:

Abdullah Abu Rahama- the popular committee against the wall coordinator\ Bil’in

0547258210 أو 0599107069

e-mail – lumalayan@yahoo.com

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Enquanto eu assistia ao jogo Palmeiras e Santo André, pensando porque o Palmeiras não entrava em campo fiquei pensando no curioso fato do jogo ter sido transmitido para a Capital com a cidade de Santo André sendo considerada “interior” ou outra praça e comecei então a raciocinar sobre a razão da proibição de jogos “da praça” de serem transmitidos pela TV aberta – basicamente, pela Globo.

Até certo ponto é compreensível que a TV seja proibida de passar os jogos locais, sob pena de públicos pequenos ou irrisórios nos jogos. Quem irá ao estádio se pode assistir ao jogo no conforto da sua casa?

Claro que a resposta a esta pergunta, no Brasil, é lógica. Mas na verdade ela deveria ser reformulada: Quem irá a um estádio sem qualquer condição, desconfortável, sem qualquer atrativo além, enfrentando um trânsito caótico e a violência urbana se pode ficar em casa vendo o jogo pela TV?

Na Europa estamos acostumados a ver casas cheias, mas isto não tem qualquer relação com o fato dos jogos serem ou não transmitidos e sim pela estrutura e qualidade dos estádios (alguns contam até com shoppings, restaurantes, enfim, entretenimento para além do jogo, você pode chegar na hora do almoço e sair só depois da partida que terá tido uma tarde interessante), e também porque não enfrentam os perigos da violência urbana do Brasil.

No Brasil àquele que vai ao estádio o faz por paixão, amor ao clube ou, ainda, é um saudosista dos bons jogos de domingo à tarde. Ir a um estádio no Brasil é quase uma aventura. Levar a família é quase um ato de loucura, na europa os estádios são ambientes muito mais familiares ou, pelo menos, com maior estrutura para receber a todos.

Enfim, o que se vê é que para a maioria é realmente mais cômodo ficar em casa do que enfrentar um jogo ao vivo. Mas esbarramos na praça, na proibição da transmissão de jogos locais.

Chegamos ao segundo problema e, aqui, vemos um imenso preconceito contra o pobre e o favorecimento absurdo das classes mais altas, dos que podem pagar mais.

Os jogos de futebol da praça não passam somente na TV ABERTA! Mas, na fechada, por assinatura – que excetuando o famoso “NetCat” só pode ser tradicionalmente adquirida pelas classes mais altas – a transmissão é livre!

Então vejam o raciocínio, aos pobres resta ir aos estádios ou acompanhar o jogo pelo rádio, mas para quem pode pagar mais, a TV fechada (SporTV, da Globo), é a solução.

O que vemos é o máximo do preconceito contra o pobre, forçado a enfrentar todas as intempéries para assistir ao jogo de seu time do coração enquanto a Classe Mé(r)dia assiste confortavelmente ao jogo da sala de casa, sem precisar se misturar, se estressar…

Mas a coisa não para por aí, com a popularização da TV por assinatura e os preços mais atrativos, a classe “c” chegou lá e agora pode ter uma assinatura básica. O que fizeram então os donos dos direitos de transmissão e a elite no geral que, além de não se misturar nos estádios ainda se recusa a assistir os mesmos canais temendo se sujar? Criaram o Pay-Per-View (PPV).

A TV por assinatura em sí tem um caráter elitista, mas neste ponto não é possível criticá-la como um todo, pois muito de sua programação é voltada para nichos específicos, possui programação segmentada – impossível de se manter se os canais fossem abertos – e uma estrutura diferenciada. É tão ridículo manter inalcansável para a maior parte da população quanto é estúpido baixar o nível para adequar ao gosto dos que sofreram lavagem cerebral da TV Aberta. Todos perdem.

A popularização com a manutenção da qualidade deveria ser uma meta, mas na verdade a qualidade em muitos casos cai e a programação mais atraente, por outro lado, torna-se a mais inalcansável, mais cara, mais exclusiva.

Hoje a moda é do “exclusivo”. Quem não sente vontade de vomitar quando assiste à centenas de propagandas de imóveis, roupas, carros e afins, todas anunciando que são de “alto padrão”, “exclusivos”, “diferenciados”, compreendendo que isto significa apenas que não é para os pobres? É só para a pequena elite que pode se dar ao luxo de pagar ou, nos casos mais comuns, para a Classe Mé(r)dia que pode comprar e dividir em 500 meses no cartão de crédito para ostentar e mostrar aos amigos como é bem de vida.

Além de pagar pela TV por assinatura ainda temos que assinar um pacote além – costumeiramente caro – para ter acesso aos jogos. Os canais que antes passavam futebol agora passam um ou outro jogo perdido, preferindo deixar o melhor para quem pagar mais.

Quem conseguiu chegar até a TV paga não pode aproveitar de seus benefícios, pois é preciso pagar sempre mais para ter acesso à alguma programação de qualidade e, no caso do futebol, é preciso pagar quase uma nova assinatura. O pobre continua forçado a ir aos estádios ou ouvir pelo rádio enquanto a classe mais alta pode sentar na poltrona da sala, colocar o “uísque” no copo e torcer por seu time.

Tudo é minimamente programado, acertado e planejado para excluir o máximo possível, para legitimar o verdadeiro apartheid social que existe no Brasil.

Os “de baixo” não podem, em hipótese alguma, ter acesso ao que a elite tem, não pode haver mistura ou confusão. Isto é fato no caso do futebol, mas pode ser observado em quase todos os casos. As festas, eventos e acontecimentos tradicionalmente democráticos são cada vez mais esvaziados. O rico vai de camarote, vai de salas especiais, tem pacotes exclusivos, tem moradias exclusivas, longe da “pobretada” em geral, excluída, limitada e humilhada.

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O criticado (não sem razão algumas vezes) Fernando Lugo, presidente do Paraguai, abriu esta semana os arquivos da ditadura Paraguaia. Mesmo sofrendo ataques e sem ampla maioria, respeitou as vítimas da ditadura, o direito à memória e à dignidade humana e abriu os arquivos que podem esclarecer inúmeros crimes no país e fora dele. Talvez saibamos mais sobre a Operação Condor através dos arquivos paraguaios.

Para o advogado, vítima da ditadura de Stroessner (foi sequestrado em novembro de 1974), “a iniciativa do governo Lugo deveria servir de exemplo para todos os governos do continente”. 

Tabaré Vasquez, que não é de todo confiável – se opõe ao direito ao aborto, por exemplo – defende na eleição de domingo no Uruguai, a revogação da Lei da Anistia (que foi declarada inconstitucional pela justiça local ao menos para um caso). É, em todos os sentidos, um avanço! Com Mujica, ex-Tupamaros, no poder – as pesquisas o dão como vencedor no país – é possível que mais e mais arquivos apareçam e que os militares torturadores tenham suas penas devidas.

No próximo domingo, junto às eleições presidenciais e legislativas, os uruguaios votarão a anulação da lei de anistia para os crimes cometidos durante a ditadura militar (1973-1985).

Na Argentina, torturadores e criminosos militares estão sendo julgados sempre que possível. Suas imunidades estão caindo por terra e o passado vem sendo desenterrado. As Mães e Avós da Praça de Maio continuam pressionando e encontrando seus filhos e netos perdidos e os criminosos postos na cadeia.

A lição que vem destes países é clara: Crimes contra a humanidade, a tortura, não podem nem devem ser perdoados. Crimes de roubo de bebês e crianças, “desaparecimentos” e assassinatos cruéis de opositores de ditaduras sanguinárias não podem e nem devem ser tolerados. Os culpados devem ser caçados e punidos com todo o rigor da lei. Presos por toda a vida pelos crimes hediondos cometidos.

Mas e (n)o Brasil?

Por aqui os milicos continuam a viver como se nada tivesse acontecido ou como se nada tivessem feito contra o povo, a democracia e a dignidade humana. Andam nas ruas como se inocentes fossem, bons velhinhos. Os restos dos nossos guerrilheiros são deixados de lado – como acreditar em uma operação de “resgate” comandada por militares? Os mesmos que tem todo interesse em esconder a verdade –  a verdade não parece ser uma opção, e sim algo a ser escondido com unhas e dentes.

Nenhum milico é condenado, nenhum milico é preso, identificado como assassino e torturador nas ruas e impedido de conviver com seres humanos normais, com dignidade.

Aqui no Brasil o exército continua carregado de torturadores que fazem o possível para encobrir os crimes ou, em alguns casos, ainda os exaltam com missas em memória dos torturadores já falecidos ou dsicursos carregados de ódio e saudosismo de um período negro em que a vida de um ser humano nada valia nos porões da ditadura.

Gente do naipe de Jarbas Passarinho ou Delfim Netto  andam nas ruas como se fossem “cidadãos de bem” quando, na verdade, não passam de figuras sujas, monstros que assassinaram e torturaram – direta ou indiretamente – centenas de brasileiros. Esta corja não deveria ter o direito de sequer ver a luz do sol. Deveriam passar o resto de suas vidas em uma cela, pagando pelos crimes do passado e não dando entrevistas saudosas de um dos períodos mais negros de nossa história. Não basta serem criminosos, ainda são saudosistas.

O governo lançou uma campanha que é, sem dúvida, muito bonita e emocionante, a “memórias reveladas”, com direito a hotsite, propagandas na TV, páginas em revistas e etc… Mas fica uma dúvida, porque perguntar ao povo se sabem de algo e não abrir os arquivos da ditadura que podem esclarecer tudo de uma vez por todas?

De que Lula e seu governo tem medo?

Onde estão os militantes dos Direitos Humanos, das causas sociais e etc que não se manifestam e exigem uma resposta definitiva do governo? Que vemos avanços neste governo é claro, mas também retrocessos e absurdos como o de pedir à vítimas e possíveis testemunhas falem algo que poderia e pode ser facilmente descoberto caso os arquivos fossem tornados públicos, ao alcance de todos.

Quem sofreu, perdeu parentes, dignidade, foi torturado, perseguido, exilado merece saber a verdade, merece conhecer todo o passado, sem restrições, censura ou a resistência inacreditável e intolerável de um governo que tem dentre seus militantes indivíduos que sofreram diretamente as agruras da Ditadura Militar.

Porque não fazem NADA? Do que [de quem?] tem medo?

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Semana passada milhares (dizem que perto dos 40 mil) de Bascos se manifestaram contra a constante repressão aos nacionalistas e contra a prisão de destacados líderes Abertzales que se reuniam buscando a formação de uma nova plataforma política e da abertura de uma nova rodada de diálogo pelo fim da dominação Espanhola em Euskal Herria.

Fato notável foi a unidade de todos os nacionalistas, desde os Abertzales de Esquerda, passando pela EA, Aralar, Hamaikabat até o PNV e Alternatiba. OS maiores e mais representativos sindicatos Bascos também se somaram À manifestação, ELA, LAB, EHNE, Esk, Hiru e STEE-EILAS Todos unidos sob o mesmo lema, “Askatasunaren alde. Eskubide guztiak, guztiontzat” (“Pela Liberdade. Todos os direitos para todos”).

Esta talvez tenha sido a mais representativa manifestação dos últimos 5 ou 10 anos no País Basco pois contou com apóio de todas as forças políticas nacionalistas e sindicatos contra a opressão e repressão desmedidas dasforças Espanholas comandadas pelos Fascistas do PP e SocioFascistas do PSOE.

É a demonstração da força do povo Basco que não aguenta mais ser submetido à prisões arbitrárias, incomunicações, tortura e censura. É o grito pela liberdade, pela autonomia, pela Independência.

Milhares de pessoas percorreram as ruas de Donostia, em resposta à convocatória dos sindicatos ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE e Hiru para protestar contra a operação policial contra a esquerda abertzale. Em nome dos sindicatos, Muñoz considerou “uma boa notícia” o facto de terem sido capazes de se manifestarem “para pedir a liberdade dos detidos”.

Representantes de diversos sindicatos de Euskal Herria encabeçaram a marcha, que começou no túnel de Antiguo, para denunciar a operação policial levada a cabo pela Polícia espanhola na terça-feira. Entre outros, a secretária-geral do LAB, Ainhoa Etxaide, e o do ELA, Txiki Muñoz, levaram a faixa onde se lia o lema “Askatasunaren alde. Eskubide guztiak, guztiontzat”.

Embora a cabeça da marcha tenha chegado ao Boulevard donostiarra pelas 18h15, muitas outras dezenas de milhares de pessoas que participaram na mobilização precisaram de bastante mais tempo para lá chegar.

No final, em nome de todos os sindicatos convocantes, Muñoz afirmou que a operação contra dirigentes da esquerda abertzale representa uma tentativa de “torpedear” um processo “que tem que acabar irremediavelmente por se confrontar com o Estado de maneira civil”, pelo que encorajou as pessoas a “abrirem um espaço civil para confrontar democraticamente o Estado”.
O secretário-geral considerou “uma boa notícia” que se dê a possibilidade convocar o protesto “para pedir a liberdade dos detidos”.

Grande apoio
Minutos antes do início da manifestação a partir do túnel de Antiguo, milhares de pessoas concentravam-se em Ondarreta e ao a longo de todo o passeio de La Concha. Inclusive, quando a manifestação chegava a San Martin, ainda havia gente a integrar-se na marcha de protesto.

A manifestação recebeu o apoio de quase todas as formações que compõem o mapa político basco e puderam-se ver muitas caras conhecidas. Participaram na marcha membros da esquerda abertzale como Rufi Etxeberria, detido na operação policial e posto em liberdade depois de ser presente ao juiz Baltasar Garzón. Também estiveram em Donostia Tasio Erkizia ou Jone Goirizelaia, além de representantes independentistas nas instituições municipais como, por exemplo, a autarca de Hernani Marian Beitialarrangoitia.

Também dirigentes de PNV, EA, Aralar, Hamaikabat, Alternatiba e membros de organizações sociais e sindicais fizeram o percurso estabelecido como forma de mostrarem a sua oposição à operação policial contra a esquerda abertzale. Entre eles encontram-se os dirigentes jeltzales Joseba Egibar, Andoni Ortuzar e Iñaki Gerenabarrena.

A secretária-geral do LAB, Ainhoa Etxaide, afirmou que a marcha convocada pelo seu sindicato e outras centrais nacionalistas contra a “agressão” que representou a detenção de vários dirigentes da esquerda independentista é “um passo num processo que tem de encarrilar as soluções democráticas de que este país necessita”. Etxaide proferiu estas declarações momentos antes da manifestação.
Afirmou ainda que os manifestantes pretendem “dizer que a repressão não vai parar um povo que quer ser dono do seu futuro, um povo que exige soluções democráticas e necessita delas, um povo que não está disposto a ser passivo face a uma realidade que queremos superar”.

Por seu lado, o membro da esquerda abertzale Tasio Erkizia afirmou que a presença “da maioria social e política” de Euskal Herria na manifestação contra as detenções, demonstra que existe uma oposição maioritária na sociedade basca “às ‘razzias’ policiais” e que a sua aposta “clara” é nas “soluções democráticas”. Minutos antes de se dar início à marcha, Erkizia expressou a sua satisfação pelo facto de “a grande maioria social, política e sindical dizer basta ao Estado, a todas as suas atrocidades, detenções e ilegalizações”.

Embora as pessoas presentes na manifestação de Donostia fossem muitas dezenas de milhares, muitos viram-se afectados pelos controles policiais instalados nas estradas próximas da capital guipuscoana. Por exemplo, testemunhas disseram ao Gara que na portagem de Zarautz a Guarda Civil montou uma barreira antes das quatro da tarde e que ali permaneceu mais de uma hora. Como consequência disso houve longas filas na A-8 no sentido de Donostia.
Fonte: Gara

Ver também: êxito da manifestação de Donostia em kaosenlared.net
Com diversas entrevistas ao longo da manifestação, fotos, peças em áudio e vídeo.

Via ASEH

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Cobertura da Manifestação: Boltxe
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A maré humana que ontem saiu do túnel do Antiguo para inundar todo o centro de Donostia mostra as possibilidades históricas da unidade abertzale e explica os medos de Madrid. Há muita água na piscina para se poder avançar, ainda que isso se considere arriscado. O caminho está traçado.

O trabalho de Arnaldo Otegi, Rafa Díez, Arkaitz Rodríguez, Miren Zabaleta, Sonia Jacinto e muitos outros vai dando os seus frutos. Basta ver a resposta que operações policiais anteriores contra outras supostas reconstruções de mesas nacionais tiveram e compará-las com a imensa manifestação que no sábado percorreu Donostia. Não é que estes detidos caiam melhor que outros, visto que anteriores encarceramentos do próprio Arnaldo Otegi não suscitaram uma contestação tão grande com uma convocatória tão plural. O que acontece é que há vários meses que se têm vindo estabelecer as bases para pôr em marcha uma estratégia independentista eficaz, e os dirigentes das principais organizações abertzales – como o ELA e também o EA – têm noção da seriedade do trabalho que os detidos vinham a desenvolver. Por isso agora foi possível darem o passo de pedir às pessoas que viessem para as ruas.

Alfredo Pérez Rubalcaba enganou-se redondamente, ao ponto de alguns dos partidos que tinha escolhido como interlocutores para o acompanharem na sua tentativa de sabotar a iniciativa política que a esquerda abertzale preparava não terem tido outro remédio senão juntar-se ao protesto. Ali esteve uma boa parte do EBB [órgão central] do PNV, representado pelos presidentes das suas diversas executivas regionais. O ministro do Interior afirmou de manhã que «já disse» ao PNV no que é que os agora detidos andavam metidos. Pelos vistos, os jeltzales não acreditaram nele ou têm as suas próprias fontes de informação e, sem dúvida, conhecem suficientemente a realidade de Euskal Herria para saber que nem os encarcerados nem todos aqueles que no sábado se manifestaram em Donostia estão às ordens de «uma estratégia político-militar traçada pela ETA», como diz Rubalcaba.

O que se pôde ver em Donostia no sábado foi a representação de uma importante parte da cidadania basca que não quer aceitar atropelos antidemocráticos e até se sente bem a reivindicar conjuntamente a independência. A partir da convocatória da maioria sindical, foram muitas e diversas as siglas que aderiram ao apelo. Mas a ninguém que observasse a sociologia da marcha poderia escapar o facto de que uma grande maioria era constituída pela base da esquerda abertzale.

É uma base a quem o golpe inflingido por Rubalcaba e Baltasar Garzón conseguiu zangar, quase na mesma medida em que se vai enchendo de esperança e expectativa ao ir conhecendo os frutos do trabalho que os agora detidos desenvolveram. A manifestação de sábado, pelo menos para uma boa parte dos participantes, pode-se considerar também uma homenagem ao trabalho de Otegi, Díez, Zabaleta, Jacinto e Rodríguez.

Mas as manifestações passam e a base do independentismo tem agora pela frente o trabalho de dar conteúdo à iniciativa traçada e de a pôr em prática. E por muito que custe ao criador deste torpe intento de boicotar o salto previsto pela esquerda abertzale, a única coisa que conseguiu foi acicatar a sua militância e, muito provavelmente, aumentar a assistência aos debates e a assunção geral dos princípios do processo democrático.

A maré humana de sábado deve servir à esquerda abertzale para ver que há água mais que suficiente para avançar, por mais arriscado que seja. E uma mensagem similar devem entender também as restantes organizações independentistas que vêem a necessidade de uma confluência entre as opções soberanistas. Há caminho para percorrer conjuntamente e vontade de o fazer.

Não será fácil, isso é evidente. E também é óbvio que surgirão contradições, como no sábado se pôde verificar nalguns momentos e espaços da manifestação. Mas ficou claro que com vontade e trabalho certeiro, sabendo cada qual de onde vem o outro e sobretudo para onde se quer ir, é possível alcançar uma estratégia comum. É disso que Madrid tem medo e porventura também alguns dos que se juntaram à marcha à última hora. Por isso esta é a estratégia eficaz, contra a qual foram emitidas as ordens de prisão.

Iñaki IRIONDO
jornalista
Fonte: Gara, via ASEH

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Serra lançou semana passada o programa “Banda Larga Popular”, uma tentativa torpe de fazer frente à iniciativa do governo federal de promover a Banda Larga à lugares remotos e à população mais carente do país.

De forma apressada, sem planejamento e descaradamente oportunista, Serra resolveu beneficiar seus parceiros da Telefônica e saturar ainda mais a péssima infra-estrutura da empresa.

Vamos por partes, o programa é absolutamente oportunista, nem bem o governo federal anunciou que fará o possível para levar Banda Larga às regiões remotas do Brasil e à população pobre, Serra já correu para tomar para si o título de Pai dos Pobres, Pai da Tecnologia ou qualquer outra baboseira que o DemoTucanato vá inventar para elegê-lo presidente e para vender o país.

O ponto mais engraçado – trágico na verdade – do projeto é o de que as empresas (notem o plural) que oferecerem o serviço terão isenção no ICMS…. O detalhe para se prestar muita atenção é o de que a única empresa parceira (ou que suborna, coloquemos os pingos nos “is”) do governo na iniciativa é a… Telefônica!

As operadores que oferecerem o serviço terão isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Por enquanto, o programa tem parceria com a Telefônica.

Pergunto: Alguma dúvida de que todo este plano foi feito com o intuito de promover a Telefônica e infernizar a vida dos pobres coitados que terão de assinar o serviço?

Pergunto ainda: Se a Telefônica não tinha (e não tem) infra-estrutura para aguentar os atuais assinantes do Speedy, como irá então manter a qualidade (cof, cof) com a possível e provável enxurrada de 2.5 milhões de novos assinantes?

Nunca é demais lembrar que a própria Telefônica já admitiu – de maneira porca – não ter estrutura para prestar o serviço que se dispôs a oferecer.

“Em entrevista ao R7, Fábio Bruggioni, diretor-executivo de segmento residencial da companhia, diz que a popularização da internet no Brasil e o preço da telefonia fixa são responsáveis pelas constantes interrupções nos serviços – ele nega que a empresa esteja despreparada para atender às atuais exigências dos internautas.”

Vejamos se  eu entendi, a popularização da internet e o preço da telefonia são responsáveis pelos problemas, o que significa apenas que a empresa não tinha capacidade de aguentar a demanda, vendeu e vende mais do que pode e fica por isso mesmo. E agora vai piorar, vejam bem, serão milhões de novos usuários de uma só vez – é o quadro provável – em um sistema deficitário, ineficiente.

Voltando ao Serra, o mesmo postou no Twitter a notícia de que iria dar o pontapé inicial no projeto:

” Guardei esta pra contar primeiro aqui: assino hoje o decreto que cria o programa Banda Larga Popular – acesso rápido e barato à internet

Além do problema já apontado da cópia descarada do governo federal, ainda surge algo mais, a idéia de que uma conexão de 1MB (que pode ser reduzida para 200kb pela Telefônica, o que significa que raramente passará disto) é realmente uma Banda Larga e não apenas uma conexão discada melhorada. São as miçangas e espelhinhos para acalmar os pobres e fingir que são gente, que estão inseridos na sociedade e tem dignidade. Nada mais típico vindo da DemoTucanada que afaga com uma mão e espanca com a outra.

A Telefônica está toda serelepe, não tem infra-estrutura mas pouco importa, é dinheiro garantido. E não precisa nem garantir a velocidade contratada, está em contrato que poderá ser – será – menor do que o aceitável, nada mais que uma discada-chique. Tudo isto com direito à isenção de impostos, uma espécie de desculpas do governo de São Paulo pela punição dada pela ANATEL à Telefônica.

Enfim, o programa do Serra é apenas um engodo. Mas um engodo que carrega junto uma boa carga de corrupção, de favorecimento ilícito e de MUITA cara-de-pau.

A Telefônica será a única beneficiada, o povo ficará com uma pseudo-conexão de banda larga, terá de aguentar todos os problemas inerentes de um contrato com a empresa (erros no contrato, cobrança indevida, quedas, falhas, dor de cabeça diária….) e todos os usuários irão amargar a flagrante falta de qualidade e infra-estrutura geral das telecomunicações em São Paulo.

Urge uma investigação completa deste projeto para evitar que, como sempre, o povo saia lesado e os DemoTucanos lucrem algum capital político com uma iniciativa tão tosca e fajuta.

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Outro fato relevante ainda é a Telefônica anunciar de boca cheia que 250kb são uma banda larga de respeito. Que me desculpem, mas esta conexão é simplesmente ridícula e só em um país sem regulação alguma, sem ministério decente e sem agências honestas que esta piada pronta passa como se fosse uma verdade, um benefício real à população que paga por 250kb mais do que um país sério por mais que o triplo!

E, para piorar, o pobre que já paga caro por uma conexão não poderá se beneficiar da medida, assim funcionam as coisas na Telefônica, para mudar de plano, só pagando multa. Quem já se aperta todo fim do mês terá ainda de desenbolsar 100 reais para poder aderir ao plano!

O decreto vale apenas para novas adesões, uma vez que quem já é cliente de banda larga e quiser migrar para a oferta popular terá de pagar uma multa de 100 reais.

O mais divertido é que parece que a empresa nos faz um favor e não nós é que a mantemos funcionando (sic). qualquer mudança, mínima modificação, nos é cobrado um absurdo como se nós, consumidores, não tivéssemos o direito de fazer o que bem entendemos com um produto ou por um produto que nós pagamos!

A pressa com que o projeto foi anunciado, o descarado oportunismo de tentar passar na frente do projeto anunciado pelo Governo Federal, a falta de caráter em  reduzir impostos da Telefônica e ainda ajudar a empresa a lucrar mais e, finalmente, a piada da velocidade oferecida demonstram como tudo não passa de um programa eleitoreiro, visando as eleições de 2010 em que Serra espera ter a chance de vender o país para parceiros tão confiáveis quanto os espanhóis.

Vamos apenas comparar com o projeto do Gov. Federal que quer oferecerá pelo menos 1MB para cada lar com investimentos maciços – e não acordos espúrios com empresas medíocres – e o projetinho do Serra que não fará qualquer investimento, não oferecerá qualquer garantia de qualidade e será entregue à iniciativa privada sem grandes problemas e ainda oferecendo uma velocidade ridícula.

A velocidade prometida (sic) pela Telefônica e que entusiasma ao Vampiro Anêmico é, segundo a ONU, insuficiente para as necessidades mínimas da população.

Decreto do governo prevê pacotes a partir de 200 Kbps por R$ 29,80, enquanto o mínimo sugerido pela ONU para banda larga é 256 Kbps.
O pacote de banda larga “popular” anunciado anteontem pelo governador de São Paulo, José Serra, não passaria pelo critério de banda larga definido pela UIT (União Internacional de Telecomunicações), órgão ligado às Nações Unidas.
A instituição considera banda larga a velocidade de transmissão de dados superior a 256 Kbps (kilobits por segundo). Pelo decreto do governador, a oferta de banda larga para a baixa renda admite velocidade mínima de 200 Kbps.

Não surpreende. Para o pobre brasileiro, migalhas apenas, qualidade não importa. Do lado da ANATEL não surpreende que não exista qualquer controle nem um mínimo. Os experts da agência acreditam piamente que qualquer coisa além de 64kbps já é banda larga. Mais fácil, como diz o PHA, enviar uma mensagem pelo correio. Com esta velocidade e a qualidade reconhecida da Telefônica, chega mais rápido pela ECT.

O PHA dá o recado:

Seria realmente uma boa notícia, se:

– Fosse de fato uma banda larga, pois 250k da Telefónica é melhor usar a ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) para enviar uma mensagem a um parente;
– A Telefónica, única empresa atualmente que atendeu aos requisitos do programa, não tivesse sido punida pela Anatel (que já é tucana, mas tem hora que não dá pra por debaixo do tapete) pela má prestação de serviço;
– Em pouco tempo após a suspensão da punição vem essa adesão ao programa;
– Principalmente, se a Telefónica já não tivesse praticando exatamente esses preços com essa velocidade (ou seria lentidão?) de 250k, como divulgaram alguns internautas no blog do UOL Tecnologia, onde vi essa matéria: http://uoltecnologia.blog.uol.com.br/arch2009-10-11_2009-10-17.html

Este é o candidato Serra.

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